O I Seminário de Energias Limpas do Tocantins terminou na tarde desta quarta-feira, dia 19, com a proposta de formação de um grupo de trabalho permanente com representantes dos nove estados, que formam a região Amazônica, para desenvolver o setor de Energias Limpas. A ideia foi repassada pelo subsecretário de Energias Limpas do Tocantins, Ailton Araújo, dentro da programação do AmazonTech 2011, na Secretaria Municipal de Meio Ambiente, próximo ao Espaço Cultural, em Palmas. Cerca de 120 pessoas, entre estudantes e pesquisadores, participaram do evento.
O chefe do Departamento de Recursos Minerais Energéticos do Estado do Amazonas, Anderson Bittencourt, garantiu a participação do Estado no grupo de trabalho permamente e ressaltou a importância do mesmo para o desenvolvimento das Energias Limpas no Norte do País. “O Amazonas, por exemplo, tem leis que incentivam a produção de energias alternativas, mas falta essa união de forças para quando formos nos encontrar no Ministério em Brasília apresentarmos uma proposta mais próxima da realidade de toda a região Norte. Estamos felizes em participar porque acreditamos que isso irá fortalecer o setor”, disse Bittencourt, acrescentando que o Amazonas representa 17% do território da Amazônia, mas ainda tem como principal fonte de energia os combustíveis fósseis. “Estamos lutando contra isso”.
Também receberam a proposta de formação de Fórum, o secretário adjunto da Secretaria do Estado e Desenvolvimento Ambiental de Porto Velho- RO, Francisco dos Santos, o diretor presidente do Instituto de Pesquisa Científica e Tecnologia do Amapá, Augusto Júnior, e o secretário de Minas e Energia do Maranhão, Ricardo Guterres. Segundo Ailton Araújo, os representantes dos estados que não puderam participar do Seminário também serão procurados para a formação do grupo, que em breve deverá se reunir para discutir legislação, crédito de FNO – Fundo Nacional de Financiamento do Norte, entre outros. “Estamos construindo um caminho seguro para o desenvolvimento sustentável no Tocantins”, finalizou, agradecendo a presença de todos.
Palestras
No período da tarde, o I Seminário de Energias Limpas foi iniciado com a palestra do representante do Departamento de Tecnologias Especiais da Eletrobras, Ricardo Dutra, que falou sobre a importância do atlas regional para o desenvolvimento da energia solar e eólica. “O Atlas eólico brasileiro dá uma ideia de onde vai estar o vento e sem dúvida auxiliou o desenvolvimento do setor. Quanto mais preciso for, melhor”, explicou Dutra, acrescentando que na área de energia solar, o Brasil tem muito potencial a ser explorado. “O menor índice de radiação solar do Brasil ainda é melhor que o maior índice de radiação solar na Alemanha”, pontuou.
Na sequência, o assessor para Universalização de Energia, Henrique Luduvice, explicou que o programa Luz para Todos está chegando ao seu limite, tornando dessa forma imprescindível a implantação de sistemas de geração de energia sustentáveis e limpas em comunidades isoladas.
O assunto foi abordado na palestra ‘O Desafio e o Uso de Energia Limpa em comunidades isoladas da região Norte do Brasil’. “A cada dia que passa, temos novos obstáculos a serem enfrentados, como a distância para chegar ao interior do País, considerando o custo disso também. Por isso, é preciso levar energia a quem precisa e de forma que inclua as comunidades, inclusive no processo de geração de energia, utilizando seus subprodutos para isso, por exemplo”, concluiu.
O coordenador técnico em Mudanças Climáticas da Sustainable Carbon Climate Solutions – CEO, Marcelo Haddad, ressaltou a importância de todos, comunidades e empresas, reduzirem a emissão de carbono. “Quando você queima algo aqui, você aquece o mundo inteiro. Contribuir com as energias limpas além de gerar redução na emissão de carbono, ainda traz muitos benefícios ambientais”, concluiu.
Já o secretário da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Luiz Humberto da Silva, explicou tecnicamente como funciona o programa Selo Combustível Social dentro do Programa Nacional de Produção de Biocombustível. “O MDA vem trabalhando na ampliação dos pólos de produção de biodiesel, com base na área de atuação das empresas”, falou.
“O setor de energia renovável ainda tem uma longa trajetória de crescimento no mundo. Mas os riscos precisam ser reduzidos para que os investidores tenham segurança e queiram trabalhar com isso”, disse o coordenador de projetos da Fundação Getúlio Vargas, Cleber Guarany, na palestra ‘Fundos de Investimentos na Área de Energia Renovável’.
Financiamentos
Segundo o subsecretário de Energias Limpas, Ailton Araújo, dois projetos para o fortalecimento do setor de energias limpas no Estado serão financiados pelo Banco Mundial. Uma equipe do Setor de Financiamento da instituição esteve nesta terça, dia 18, reunida com Araújo e confirmou a parceria financeira. Um dos projetos, o de Uso Produtivo da Energia, pretende melhorar a qualidade de vida da população Sudeste e Jalapão, que sofre todos os anos com a estiagem. Pouco mais de U$ 2 milhões serão gastos com a instalação de poços artesianos, caixas d’água e placas de energia solar nas regiões.
Outro projeto financiado pelo Banco Mundial é para a elaboração do Atlas Regional para Desenvolvimento da Energia Solar e Eólica. Neste caso, está estimado o investimento de U$ 980 mil. Os dois projetos agora precisam de aprovação no Senado Federal para que o financiamento seja concluído. Se aprovado, o projeto deve ser implantado a partir de abril do próximo ano.
Amazontech
Aberto no último dia 18, o evento segue até sábado dia 22. O objetivo é fomentar o desenvolvimento sustentável dos estados que estão na região Amazônica do Brasil, incentivando a pesquisa e a sustentabilidade. A expectativa para volume de negócios gira em torno de R$ 22 milhões. O AmazonTech está sendo organizado pelo Sebrae - Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas, e tem apoio do Governo do Tocantins e de outros parceiros. (Ascom Adapec)