A
presidente da Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (PSD), disse que, apesar da população mundial ter
chegado a 7 bilhões de pessoas essa semana e isso trazer uma série de
preocupações ligadas à alimentação e ao meio ambiente no mundo, não há porque
não celebrar o crescimento populacional. “As preocupações procedem, e até 2050
acredita-se que se chegará a 9 bilhões de pessoas no mundo, porém muitas
alternativas serão desenvolvidas para resolver o problema alimentar e
ambiental”, afirmou a senadora na sua palestra na Universidade de Columbia, em
Nova York, nos Estados Unidos.
Como um exemplo de solução prática para esse problema, a presidente da CNA
citou os dois maiores produtores mundiais de alimentos, o Brasil e os Estados
Unidos, que podem aumentar radicalmente a sua produção alimentar apenas
investindo em tecnologia, sem novos desmatamentos em um primeiro momento. “O
Brasil, 45 anos atrás, era um grande importador de comida. Importava carne da
Austrália, leite da Europa, arroz das Filipinas e feijão do México, por
exemplo. Até que, nos anos 70, o governo decidiu virar auto-suficiente. Em
cinco anos, na época, o Brasil passou de importador para exportador,
simplesmente investindo em pesquisa e inovação. É possível fazer uma revolução
tão grande quanto aquela agora, com o uso da tecnologia”, explicou a senadora
Kátia Abreu.
Além disso, na década de 1970, a família média brasileira gastava cerca de 40%
da renda familiar em alimentos. Atualmente, esse valor não passa de 16%. A
produção alimentar ficou muito mais eficiente e sustentável, mas pode melhorar
ainda mais. Hoje, a agropecuária no Brasil representa 22,4% do Produto Interno Bruno (PIB) nacional e
37% dos empregos formais no país. A presidente da CNA também lembrou que o
setor é responsável por 37,9% das exportações brasileiras. “Isso é tudo muito
positivo, mas é importante frisar que 70% da produção agropecuária brasileira
ficam nas mesas das famílias brasileiras, apenas 30% da produção vira
exportação”, disse a senadora Kátia Abreu.
Em relação ao meio ambiente, a presidente da CNA afirmou que é muito importante
discutir e desenvolver formas cada vez mais sustentáveis de produzir mais,
porém com embasamento científico e sem ‘ambientalismo ideológico’. “Nós,
agricultores, estamos muito interessados nesse tema, até porque dependemos do
ambiente para a nossa atividade econômica. Quer dizer, sem água, com terreno
degradado, com animais doentes, não há produção. Mas é preciso falar em
sustentabilidade econômica também”, explicou.
A senadora Kátia Abreu também respondeu às perguntas dos estudantes da
Universidade de Columbia sobre reforma agrária, o novo Código Florestal e a
preservação de plantas exóticas nos biomas brasileiros Um dos pontos mais
defendidos pela presidente da CNA foi o combate às subvenções agrícolas
nocivas, que criam preços artificiais no comércio agropecuário internacional e
causam danos aos países em desenvolvimento. “A produção da açúcar de beterraba
na Europa, assim como do milho e do algodão subsidiados nos EUA, faz com que
países na África e da América Latina continuem pobres, porque os países ricos
comp etem de forma desleal”, afirmou a senadora, durante palestra a convite do
Institute of Latin American Studies (ILAS) e pelo Center for Brazilian Studies,
cujos trabalhos são direcionados à pesquisa, ensino e debates relacionados a
assuntos da América Latina.
Na quarta-feira pela manhã, a senadora Kátia Abreu participou de um debate com
banqueiros, diplomatas e investidores interessados nas oportunidades do
agrobusiness brasileiro, na Câmara de Comércio Brasil América. Durante a tarde,
a comitiva liderada pela presidente da CNA se deslocou para Washington, onde
voltará a discutir com representantes do Congresso Americano sobre o combate às
subvenções agrícolas nocivas. (Assessoria de Imprensa Kátia Abreu)