Militantes de movimentos sociais, estudantes e representantes do poder público reuniram-se nesta última terça-feira, 08, em Palmas, para a abertura do 6º Fórum Estadual de Educação e Cultura Afrobrasileira. As atividades do Fórum, organizado pela Secretaria Estadual da Educação (Seduc), por meio da Diretoria de Educação Indígena e Diversidade, serão realizadas durante todo o mês de novembro. Em 2011, instituído como o ‘Ano Internacional dos Afrodescendentes’, as discussões no Tocantins serão voltadas para a educação quilombola.
Na abertura do Fórum o secretário Executivo da Seduc, Ricardo Marinho, discorreu sobre o papel da escola e dos educadores na luta contra o racismo. “As mudanças nas relações étnico-raciais não se limitam ao aprendizado nas escolas, mas podemos oferecer subsídios para superarmos o preconceito. Nós educadores, devemos usar o diálogo nesse espaço privilegiado para a discussão da diversidade, fazendo com que nossos alunos negros e quilombolas sejam valorizados e colocados em situação de igualdade com os demais”, disse.
O presidente do Fórum e diretor de Educação Indígena da Seduc, Maximiano Bezerra, falou sobre a necessidade de ações efetivas para a valorização do negro no Estado. “São seis anos de teimosia, tentando dar continuidade à luta pelo reconhecimento do negro, mas precisamos que a militância aconteça não só no campo das idéias, temos que dar direcionamento para que os projetos do Fórum se tornem projetos de lei no Tocantins”, pontuou. A secretária de Cultura, Kátia Rocha, também marcou presença no evento representando o governador José Wilson Siqueira Campos.
O Fórum integra as ações de execução da lei 10.639/2003 que visa incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira". Segundo Maximiano,127 escolas da rede estadual já realizam trabalho permanente com a temática de educação e cultura afro-brasileira e a intenção da Seduc é que as atividades sejam estendidas para todo o Tocantins.
Educação antirracista
Na abertura do Fórum, Mariana Cunha Pereira, doutora em Antropologia Social pela UNB, ministrou a palestra ‘Educação Quilombola no Ano Internacional dos Afrodescendentes: conquistas e avanços, com ênfase no ensino, pesquisa e extensão’. Segundo a antropóloga, o primeiro passo para combater o preconceito é instituir “uma educação antirracista”. “Precisamos trabalhar uma educação que permita uma troca de conhecimento entre negros e brancos e que eles se coloquem no mesmo patamar. Temos que enfrentar e defender a educação antirracista em todos os espaços onde estivermos e não apenas quando for conveniente. E a nós professores cabe essa missão o tempo inteiro dentro e fora da sala de aula”, disse.
Programação
No segundo dia, as atividades terão início às 8 horas, com as inscrições e credenciamentos, desta vez no Colégio Marista (quadra 110 Sul). Na sequência, após um momento artístico, às 9 horas, ocorrerá a primeira mesa redonda, que abordará os três eixos temáticos do encontro: a Educação das Relações Étnicos Raciais (Erer); a cultura africana; e as políticas públicas e as ações afirmativas referentes a ela. Finalizando as atividades matutinas, será realizada a divisão dos fóruns de discussão para a elaboração do Plano Estadual da Erer. A partir das 14 horas, haverá novo momento artístico que antecede a continuação dos grupos de trabalho acerca do Plano Estadual.
Finalizando o evento, na quinta-feira, 10, a partir das 8 horas, haverá um novo momento artístico, às 9 horas, uma mesa redonda sobre o “Espaço da Diversidade Étnico Racial no currículo das Instituições de Ensino Superior e da Educação Básica”. Às 16 horas acontece a reunião plenária para articulação com os demais segmentos da diversidade, como as Educações de jovens e adultos, do campo e indígena, além do meio-ambiente, do gênero e dos direitos humanos. Por fim, às 15h30, ocorrerá o retorno ao grupo para a socialização e sistematização das proposições em documento único do Plano Estadual dos Direitos Humanos.(Ascom Seduc)