Em sua fala o vereador Lúcio Campelo (PR) pediu que a discussão sobre oplano diretor seja saudável. Campelo disse que os vereadores estão sendo pressionados e pediu responsabilidade. “Cabe a nós sentarmos na mesa e discutirmos com amor e carinho”, disse.
“Tem 12 anos que o Irmã Dulce até hoje está sem regularização”, ponderou. “Eu não estou aqui para fazer política, vamos sentar na mesa, vamos dar uma demonstração de democracia, não vamos aqui passar por cima do direito de propriedade”, disse provocando a reação de alguns presentes que se manifestaram com gritos e vaias. Campelo disse que os espaços vazios precisam de infra-estrutura.
Em seguida o vereador José do Lago Folha Filho (PTN) se pronunciou dizendo que o desejo da população precisa ser levado em primeiro lugar. Seu pronunciamento foi interrompido por manifestação dos populares presentes.
Se referindo à primeira reunião realizada, Valdemar Júnior (PSD) disse que foi um campo de guerra. “O que eu percebi como cidadão e como parlamentar é que tínhamos naquele momento conceitos formados”, relatou. Segundo Valdemar são muitos interesses nesse impasse do plano diretor. “O debate é feito de interesses de cada classe.Não é defendendo interesse que vamos chegar à conclusão”, disse.
Em seguida, o vereador Bismarque do Movimento (PT) fez fala onde ressaltou o problema do déficit habitacional em Palmas. “Os trabalhadores que construíram essa cidade tem o direito de morar, tem o direito de morar no Plano diretor”, frisou.
O petista lembrou de gestões estaduais anteriores que teriam prometido construção de casas e cobrou mais assistência aos que precisam de moradia. “A Câmara quer expandir o plano para beneficiar o capital especulativo”, disse Bismarque exaltado.
Em seguida, Milton Neris (PR) fez discurso contra o ex-secretário de Habitação Eduardo Manzano. “Ele falhou, esse cidadão falhou”, frisou. Neris criticou a atuação do secretário quando esteve à frente da pasta. “Vou enfrentar tudo e todos que queiram tirar vocês do Plano Diretor dessa cidade”, frisou. Manzano é um dos que se manifestou contra a proposta dos vereadores.
O vereador Fernando Rezende (DEM), que é também proprietário de imobiliária, afirmou que a intenção é achar uma alternativa para regularizar. “Nós queremos discutir a melhor alternativa” frisou. Norton Rubens pediu contribuição dos presentes para acabar com o que chamou de “falácias”. “Não vamos votar de forma que vai atrapalhar vocês”, disse.
Do PSDB, Aurismar Cavalcante frisou que a vontade da população precisa ser respeitada. “Preciso da garantia que os setores serão regularizados, por que até agora não tive garantia disso”, salientou. Cavalcante salientou que está fora do processo e que espera decisão da maioria.
Já a vereadora Cirlene Pugliese (PMDB) disse que os vereadores buscam a legalidade. “Nós queremos todas as pessoas morando em Palmas”, disse sobre a expansão. “Precisamos da expansão, não podemos invadir terra de ninguém temos que ter respeito pela propriedade privada, Não podemos ir lá e invadir lote de ninguém”, disse.
Universidade Federal do Tocantins
Representantes da Universidade Federal do Tocantins apresentaram uma série de questionamentos aos vereadores através de material escrito distribuído. “Defendemos a necessidade de se criar condições de moradia para pessoas de baixa renda, bem como a regularização fundiária de todas as áreas ocupadas em Palmas”, consta no documento.
Alunos, professores e o reitor Alan Barbiero estavam presentes na reunião. A UFT sugeriu a identificação dos maiores devedores de IPTU e buscar negociação para que o dinheiro se reverta em casas populares, bem como o estabelecimento de uma política de criação de Zonas Especiais de Interesse Social.
A Universidade pede ainda a aplicação das diretrizes da política de parcelamento, edificação e utilização compulsória e a realização de estudos para criação de uma empresa pública de planejamento e gestão.