Durante café da manhã com a imprensa oferecido na manhã desta terça-feira, 13, no Capim Dourado Shopping, o empresário Carlos Amastha (PP), pré-candidato a prefeito de Palmas, apresentou o esboço de seu planejamento para a capital nos setores de transporte e ocupação do solo municipal. A apresentação contendo 5 ideias principais para Palmas foi feita por Gustavo Taniguchi, filho do ex-prefeito da cidade de Curitiba, Cassio Taniguchi.
O planejamento, de acordo com o pré-candidato à Prefeitura de Palmas, partiu da percepção da falta de uma visão de futuro apresentada pelos gestores municipais nos primeiros mandatos à frente do Paço Municipal. A ideia descrita nesta manhã é que Palmas siga um modelo parecido com o que tem dado certo na capital paranaense, partindo, principalmente pela criação de um Instituto de Planejamento Urbano. “Em Curitiba o papel do IPUC (Instituto de Planejamento Urbano da Cidade) dentro do desenvolvimento da cidade, hoje, nem se discute mais. É uma atuação política dentro do leque de opções técnicas oferecidas”, disse o empresário.
Expansão do Plano Diretor
Assim como durante a convenção do PP na semana passada, Amastha voltou a se posicionar contra a expansão do Plano Diretor de Palmas, bastante discutido na Câmara de Vereadores do Município ultimamente. De acordo com ele, a princípio ele não tinha o embasamento necessário, mas mesmo assim não via com bons olhos a questão. “Depois de consultar a documentação oficial do município eu tive o embasamento necessário. Encontrei no Estatuto da Cidade, um milhão de motivos para continuar contra”, disse.
Metas
O principal objetivo do plano apresentado nesta manhã, segundo o pré-candidato, é aproximar a população de Palmas do centro econômico da cidade. De acordo com Amastha, a parcela mais pobre de Palmas deveria ser aquela que mora mais próximo ao centro da cidade. “Quanto menor o poder aquisitivo, mais próximo ao centro devem morar. Isso só vai facilitar o acesso ao transporte, aos serviços, ao trabalho dessas pessoas”, completou.
Já Taniguchi, em sua apresentação das cinco ideias para Palmas, destacou principalmente as áreas de transporte, uso do solo, valorização da orla, criação de uma zona de contenção no entorno da cidade e acessibilidade.
De acordo com a proposta inicial apresentada, para sanar os problemas de transporte, as principais propostas para Palmas um primeiro passo já foi dado: a implementação de um sistema viário. Com isso, as demais medidas podem ser facilitadas, conforme explicou o convidado de Amastha. Segundo Taniguchi, um projeto que funcionaria na cidade, é o mesmo que já funciona em Curitiba. A instalação de Veículos Leves Sobre Trilhos (VLT) e de um sistema de ônibus eficiente (BRT).
Além disso, a complementação das linhas alimentadoras dos eixos, para que o transporte seja dinamizado e a conscientização da população para o uso do transporte coletivo. “A meta é que desde o empresário, até o trabalhador braçal, utilizem o sistema de transporte público em Palmas”, explicou.
A questão do uso do solo já vem sendo debatida em Palmas. Segundo Taniguchi, a intenção é estabelecer as zonas às margens dos eixos de transporte como regiões de comércio, prestação de serviços e residências de grande porte. No entanto, a questão envolve um gargalo que tem gerado grandes discussões ao longo dos anos. O vereador Carlos Braga (PMDB), presente no encontro, lembrou que todas essas áreas pertencem ao Estado e que parte delas já foi doada ou vendida a setores determinados. “São áreas institucionais, doadas a conselhos (Crea, CRM, etc) e concessionárias de veículos. Na zona norte, o governo repassou os terrenos para instituições federais e estaduais (Ibama, Naturatins, Detran, etc)”, salientou.
Com relação a isso, uma forma de se conseguir seria no sentido de pressionar o governo a seder essas áreas através do IPTU progressivo, ou mesmo pressões políticas. De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas da Construção Civil (Sinduscon), Luciano de Carvalho “podemos incentivar ou pressionar”. Incentivar os proprietários das áreas, ou o próprio governo a construir, ou pressionar para que essas áreas sejam repassadas para habitação ou desenvolvimento comercial.
Além disso, as propostas ainda passam por uma forte valorização da orla de Palmas, através de empreendimentos de lazer que fomentariam o turismo na cidade, além do acesso da população às vias e estacionamentos, que hoje também tem sido um gargalo na questão fos transportes em Palmas. Com relação a esta última questão, ainda, o presidente do Sinduscon informou que estacionamentos subterrâneos ficaram inviabilizados depois que a cidade usou o subsolo para a construção de canais fluviais e redes de esgoto. “Isso foi uma falta de planejamento espacial e de visão de futuro”, salientou.
Financiamentos
Todas as metas estabelecidas pelo empresário e pré-candidato precisam de um investimento financeiro pesado. Para sanar este problema, Amastha frisou que pretende consultar a direção do Banco Internacional de Desenvolvimento (BID), no Brasil. Segundo ele, os diretores da instituição para assuntos que envolvem o País, são próximos a ele, o que facilitaria o contato e possíveis financiamentos.
Também participaram da reunião o presidente do Sindicato da Construção Civil no Tocantins, Luciano Rocha, a presidente da CDL, Cleide Brandão, a professora de Arquitetura da Universidade Federal do Tocantins (UFT) Patrícia Orfila, e o vereador Carlos Braga (PMDB).