Os 17 hospitais públicos tocantinenses gerenciados pela Pró-Saúde aderiram à campanha mundial da Organização Saúde Sem Dano (Free Health Care), para o banimento do mercúrio, desenvolvida em parceria com a OMS – Organização Mundial da Saúde. A iniciativa é mais do que justificada pelos danos que essa substância provoca. Trata-se de um metal pesado altamente tóxico, persistente no meio ambiente, capaz de se disseminar por diversas vias de contaminação. A iniciativa contou com total apoio da Sesau – Secretaria de Estado da Saúde na busca pela eliminação total do mercúrio em suas instalações hospitalares.
Segundo o secretário Estadual da Saúde, Raimundo Nonato Pires dos Santos (Raimundo Boi), o objetivo é eliminar os dispositivos à base de mercúrio, como termômetros e esfigmomanômetros, entre tantos outros, na assistência à saúde. “Com essa ação o Estado sai na frente, porque diferentemente do que ocorre em diversas partes do mundo, ainda não temos no Brasil uma política pública efetiva que proponha a substituição das tecnologias de medição com uso de mercúrio nos dispositivos de saúde”, afirmou.
O diretor operacional da Pró-Saúde no Tocantins, Marcus Wächter, afirma que com o credenciamento os 17 hospitais, gradativamente, estarão substituindo os dispositivos médicos que contenham mercúrio. “Trabalharemos com equipamentos digitais, que são alternativas economicamente viáveis e mais seguras sob o ponto de vista ocupacional, sanitário e ambiental, sem prejuízo da qualidade e precisão nas medições”, garantiu.
De acordo com o diretor técnico do HGPP – Hospital Geral Público de Palmas, Atil José de Souza, o mercúrio é facilmente absorvido pelas vias respiratórias quando está sob a forma de vapor ou na poeira em suspensão e também é absorvido pela pele. “A ingestão ocasional do mercúrio metálico na forma líquida não é considerada grave, porém quando inalado sob a forma de vapores aquecidos é muito perigoso”, disse.
O médico argumenta que a exposição aguda a altas concentrações de vapor por períodos curtos pode causar, no ser humano, pneumonia, dor no peito falta de ar, tosse, gengivite e salivação. A absorção pode se dar também lentamente pela pele. “A exposição crônica ao mercúrio também afeta o organismo humano podendo resultar em tremores e vários distúrbios neuropsiquiátricos”, comenta.
Entre os 30 hospitais da América latina incluídos neste processo junto à Campanha Mundial Saúde Livre do Mercúrio, 27 são do Brasil e destes, 25 tem participação da Pró-Saúde na implantação e execução. A iniciativa para erradicar o uso do mercúrio no ambiente hospitalar ainda conta com apoio de unidades na África, Ásia, Estados Unidos e Europa.
No Brasil os níveis de referência para a contaminação com mercúrio são definidos pelas normas NBR10004 - da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, e NR15 – Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho.
O que fazer em caso de intoxicação
No caso de contato do mercúrio com os olhos recomenda-se lavar com água em abundância. Havendo contato pela pele, deve-se remover as roupas contaminadas e lavar bem a área afetada com água e sabão. Em caso de ingestão não se deve induzir o vômito, buscando-se ajuda médica imediata. (Ascom/Pró-Saúde)