O presidente da Adapec Tocantins, Geraldino Ferreira Paz, afirma, quanto aos 15 anos sem aftosa no Estado, uma data histórica comemorada este ano, que os bons resultados alcançados se devem a um trabalho em conjunto, que envolve o Governo, os produtores e a Adapec.
Durante a última campanha de vacinação contra a aftosa (novembro de 2011), o índice de cobertura vacinal atingiu 99,42% do rebanho bovino, que hoje soma cerca de 8 milhões de cabeças. Segundo Geraldino, esse índice representa o empenho do Governo do Estado na promoção da sanidade animal de seus rebanhos. Dados apontam que o último caso registrado de aftosa no Estado se deu em 1997, antes da criação da Adapec, instituída em 1998.
Além da ausência da aftosa no Estado ao longo dos últimos 15 anos, no início de 2010 o Tocantins conseguiu minimizar as restrições relacionadas a um grupo de oito municípios que fazem fronteira com os Estados do Maranhão e Piauí. Antes denominada “zona tampão”, a área foi caracterizada em 2010 como “zona de proteção”. Segundo o diretor de Sanidade e Inspeção Animal da Adapec, João Eduardo Pires, essa transição “significa que se esses dois Estados se tornarem zona livre com a vacinação em 2012 ou 2013 estaremos livres dessa zona de proteção”, explica. A área abrange os municípios de Barra do Ouro, Goiatins, Campos Lindos, Recursolândia, São Félix, Lizarda e Mateiros.
Benefícios
Além dos benefícios básicos que a erradicação da aftosa traz, tais como a sanidade do rebanho tocantinense, a economia do Estado também ganha. Segundo, o presidente Geraldinho Paz, essa situação positiva torna o Tocantins apto a exportar carne para mais de 130 países. “Hoje um dos nossos principais clientes internacionais é a Rússia e, no mercado interno, a região Nordeste. A perspectiva é que as exportações aumentem cada vez mais”, acrescenta.
De acordo com dados da SFA – Superintendência Federal da Agricultura, em 2009, o Tocantins exportou 20 mil toneladas de carne, produtos e subprodutos. Em 2010, foram exportadas 22 mil toneladas do produto para Angola, Arábia Saudita, Argélia, Azerbaijão, Catar, Chile, Costa do Marfim, Coveite, Egito, Emirados Árabes, Hong Kong, Irã, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Rússia, Ucrânia, Venezuela e Vietnã.
Sobre a febre aftosa
Doença extremamente infecciosa, é transmissível aos animais ungulados (animais que caminham sobre cascos fendidos, exemplos: bovinos, bubalinos, suínos, caprinos, ovinos, cervídeos entre outros). É causada por um vírus que ocasiona prejuízos à economia mundial.
Imunização
O calendário oficial de vacinação do Estado do Tocantins inclui duas etapas: uma em maio e outra em novembro. Entre estas duas é feita uma vacinação estratégica na Ilha do Bananal, em razão de suas condições climáticas que não permitem a realização das duas vacinações regulares nos meses de maio e novembro (época de chuva). Como todo medicamento, a vacina contra febre aftosa requer cuidados no transporte, armazenagem e utilização.
A vacinação é obrigatória para bovinos e bubalinos desde 2001 e o calendário de vacinação é estabelecido pelo MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para todo o território nacional. A vacina produzida para uso no Brasil é a inativada trivalente, ou seja, induz a imunidade para os três sorotipos presentes em nosso país.
A Adapec Tocantins, dentre outras ações, promove a vigilância em território estadual para erradicar e prevenir o aparecimento da aftosa.