Uma das maiores dificuldades enfrentada pela maioria da população no Brasil é conciliar escola com trabalho. Muitas vezes as pessoas precisam progredir nos estudos enquanto trabalham para manter a vida e sustentar a família. E agregar estudo e trabalho na vida corrida do cotidiano muitas vezes exige um esforço extra de quem pretende conseguir uma progressão educacional.
Este dilema tem atormentado a vida dos moradores da região do extremo norte de Palmas já há algum tempo. De acordo com o líder da comunidade, Erivelton da Silva Santos, falta no local escolas que ofereçam o ensino médio no período noturno. Segundo o líder comunitário, as pessoas que trabalham o dia todo não podem estuar durante os horários ofertados nas escolas públicas da região: manhã e tarde.
Conforme consta no ofício encaminhado ao secretário Estadual da Educação, Danilo de Melo Souza, as discussões se arrastam desde que o gestor ocupava a Pasta municipal da educação, em 2005. De acordo com o documento protocolado no último dia 13, no princípio, a luta valeu a pena pois, conseguiram da Prefeitura de Palmas, em conjunto com a Seduc, então sob a tutelada da agora deputada federal Dorinha Seabra Rezende (DEM), compromisso de extensão da Escola Cora Coralina para atender a demanda do segundo grau noturno no Colégio Castro Alves.
Contudo, segundo explicou o líder comunitário no ofício, a demanda da região deixou de ser atendida quando o governado Siqueira Campos (PSDB) implantou o sistema integral de ensino, deixando o turno da noite e centenas de estudantes. “Numa ação burocrática e sem ouvir a comunidade, implantou o sistema de ensino integral, deixando de atender no período noturno a vários estudantes do ensino médio”, diz.
A intensão da comunidade é que sejam instaladas unidades de ensino médio noturno na Escola Augusto dos Anjos, para que essas pessoas consigam trabalhar durante o dia e estudar a noite sem que outros sacrifícios sejam necessários. “Os gestores não conhecem a realidade da região. As pessoas chegam muitas vezes cansadas do trabalho e ainda precisam ir de bicicleta, ou de ônibus par as escolas que ficam distantes. Queremos que a Secretaria se sensibilize da situação senão vamos continuar nos mobilizando para que a demanda seja atendida”, salientou Erivelton.
O Conexão Tocantins entrou em contato com a Secretaria Estadual da Educação que, através de sua assessoria de imprensa informou que a demanda da comunidade está em fase de reavaliação por parte d secretaria de ensino básico. De acordo com a Seduc, mesmo tendo o pedido negado, num primeiro momento, a Seduc está reavaliando e afirma que existe uma grande possibilidade de que a comunidade seja atendida. O que falta são os detalhes de Recursos Humanos, como professores, funcionários e técnicos. No entanto a novela ainda pode se estender um pouco mais, pois não existe previsão de solução para o impasse do ensino médio noturno na região do extremo norte.