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Estado

A Roma Empreendimentos Ltda através de seu representante legal, Flávio de Paula Canedo deu sua versão ao Conexão Tocantins sobre a polêmica envolvendo 24 proprietários de terra nas mediações do município de Santa Terezinha, a 502 km de Palmas, na região do Bico do Papagaio. Um fazendeiro deu a fazenda como garantia hipotecária para pagar uma dívida com o Banco de Desenvolvimento de Goiás e essa área foi repassada à empresa como parte de uma dívida resultante. A empresa ganhou na justiça uma ação contra o Banco de Desenvolvimento de Goiás. A escritura da área é do ano de 1956.

O representante da empresa, Flávio de Paula Canedo em entrevista exclusiva ao Conexão Tocantins nesta quarta-feira, 15, explicou que a Roma Empreendimentos já tem a escritura da área de 450 alqueres que pertencia ao Banco. A empresa apresentou a ordem judicial nos cartórios de Nazaré e Tocantinópolis e conseguiu a escritura. No entanto, a situação de 24 produtores rurais que vivem em propriedades nessa área era a razão do impasse conforme alguns relatos ao Conexão Tocantins. Alguns temiam que a empresa começasse a despejar alguns produtores.

Esse foi o primeiro ponto que o representante da empresa negou ao Conexão Tocantins. “Os 24 pequenos produtores que vivem lá não serão retirados, pelo contrário vamos estruturar esses produtores. A Fazenda é muito grande e não vamos brigar por isso nem causar um impacto social. Em hora nenhuma cogitamos isso”, garantiu.

O compromisso de não tirar os produtores das terras, maioria vive lá há mais de 30 anos, teria sido discutido em reunião com maioria deles e outros representantes de classe do município de Santa Terezinha, inclusive com o prefeito Kleibson Belarmino (PSD), segundo o representante. “Tem ata disso na Polícia Militar e também no Fórum de Tocantinópolis. Fizemos o compromisso de estruturar esses produtores”, conta o representante que esteve pessoalmente conversando com os produtores.

Um agrimensor contratado pela empresa realizou o cadastro de todos os produtores que vivem na área. Dos 450 alqueres que a empresa ganhou na justiça, 30 alqueres são ocupados por estes 24 pequenos produtores que estão localizados na faixa de estrada perto do Povoado da Fortuna, segundo informa o representante da empresa. Parentes e pessoas ligadas ao prefeito de Santa Terezinha, seriam alguns dos pequenos produtores com pequenas propriedades na área.

Desses produtores Flávio conta que apenas 10 tinham título da terra, alguns deles emitidos pelo Instituto de Terras do Tocantins – Itertins. “Há uma série de indícios de erro do Itertins na titulação de alguns”, admite o representante afirmando não ter certeza se houve erro por parte do órgão. O Itertins, consultado sobre o assunto, também admitiu que pode ter existido erro na titulação de algumas propriedades dentro da fazenda que pertence à empresa.

Briga com vizinhos

Flávio ressalta que a briga judicial da empresa é com dois fazendeiros vizinhos, Jader Robson dos Reis e Vera Amália Lourenço, que segundo ele teriam se apropriado da fazenda que a empresa ganhou na justiça. Os dois teriam o título da terra que teria sido emitido pelo Itertins. Um dos vizinhos teria se apropriado de 230 alqueres e outro de 190, argumenta Flávio. “Estamos numa briga judicial para ação de emissão de posse apenas contra esses dois fazendeiros”, ressaltou.

Assim que for resolvido na justiça o impasse com os vizinhos da área, Flávio conta que a empresa vai investir na plantação de eucalipto na área remanescente à ocupada pelos pequenos produtores.