Nos últimos anos tem crescido muito no Brasil uma modalidade criminosa que consiste basicamente em financiar um carro em muitas prestações, utilizando-se para isso do nome de terceiros, os chamados “laranjas”. No entanto, essas pessoas que fornecem o nome, geralmente em troca de uma determinada quantia em dinheiro, são usadas por indivíduos que não tem a menor intenção de efetuar o pagamento das prestações do veículo adquirido e, pior, revendem o carro financiado para outras pessoas a preços muito abaixo dos normalmente praticados no mercado.
O objetivo principal de quem vende o chamado carro Finan é obter lucro fácil e em curto prazo. E, quem compra esse tipo de carro, muito abaixo do preço de mercado, não possui a menor intenção de executar o pagamento das prestações que o veículo possui, já que o financiamento foi feito em nome de uma outra pessoa. Todavia, o comprador sabe que mais cedo ou mais tarde poderá ficar sem o veículo se o mesmo for localizado devido a uma ordem de busca e apreensão, emitida pela justiça, atendendo a uma solicitação da financeira, que é a verdadeira proprietária do carro.
Outra modalidade comum de crime que tem se espalhado pelo Brasil é utilização de documentação de veículo adquirido via Finan, por laranjas, em outro veículo roubado ou furtado com as mesmas características.
Na maioria das vezes, tanto as pessoas que atuam como laranjas no esquema como, também as pessoas que adquirem veículos por quantias muito abaixo do valor real, incorrem em crime e podem ser responsabilizadas não apenas civil, mas também criminalmente por isso.
É importante salientar que a maioria dos financiamentos automotivos realizados no Brasil, está rigorosamente dentro da lei, já que são efetuados por pessoas idôneas. O problema começa quando pessoas mal intencionadas utilizam de má fé com o objetivo de levar vantagem utilizando para isso, meios fraudulentos e ilícitos.
De acordo com o delegado adjunto da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores do Tocantins, DERFRVA, Adriano Marcos Alencar, a prática do chamado golpe do carro finan já existe há anos e tem se intensificado por todo o Brasil e o Tocantins não é exceção. Contudo, a Polícia Civil do Estado tem atuado de forma a coibir essa prática criminosa que pode trazer muitos transtornos a quem se dispõe a tomar parte nesse tipo de ação.
O delegado faz algumas orientações a toda à população, com o objetivo de evitar problemas relacionados a financiamentos de veículos.
Quando o cidadão deseja comprar um carro já financiado de terceiros e se, por ventura, suspeitar da procedência ou documentação do veículo, deve proceder à verificação junto às instituições especializadas como o Detran ou a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos.
Procurar adquirir o veículo em concessionárias ou lojas idôneas, onde as garantias são maiores.
Ao vender um carro financiado a terceiros, mesmo parentes ou amigos, providenciar a transferência do financiamento e da documentação do veículo imediatamente.
Ao ter um documento perdido, roubado, extraviado ou furtado, comunicar o mais rápido possível a autoridade policial para se precaver de eventuais transtornos.
Recusar ofertas de veículos vendidos muito abaixo do valor praticado no mercado.
O delegado Adriano lembra ainda, que quando uma pessoa revende um veículo a terceiros e a transferência não é providenciada e, esse mesmo veículo for utilizado em práticas criminosas ou mesmo se envolver em acidentes com vítimas fatais, o antigo proprietário do carro responderá criminalmente pelos delitos. (Ascom SSP)