O vice-líder do PDT na Câmara dos Deputados, deputado federal Angelo Agnolin, defendeu em plenário da Câmara nesta última segunda-feira, 5, a aplicação de um plebiscito para definir novo sistema eleitoral brasileiro. O relatório do deputado Henrique Fontana (PT-RS) sobre a reforma política propõe a realização do referendo apenas em 2013. Já Agnolin defende que a consulta seja realizada ainda este ano, simultaneamente às eleições de 2012, como prevê o autor da proposta, deputado federal Miro Teixeira (PDT/RJ).
O objetivo é permitir que a sociedade defina o sistema eleitoral que será aplicado no país para as eleições proporcionais (deputados federais, estaduais e vereadores) e o tipo de financiamento das campanhas.
Para o deputado Agnolin, a consulta vai tranquilizar a população, que naturalmente vê “com desconfiança”, uma reforma elaborada pelos próprios políticos. “Traduzir a vontade do povo é importante para que as mudanças não pareçam ter sido aprovadas em nosso benefício”, já que hoje, de acordo com o deputado, “há uma desconfiança natural e justa de parte dos brasileiros sobre qualquer proposta de reforma política uma vez que, em várias situações em que isso ocorreu, tiraram poder do povo”.
Agnolin alertou para que a Câmara estude um mecanismo eficiente que possa esclarecer ao eleitor sobre as principais mudanças do novo sistema. “Quando se aciona algum mecanismo de democracia direta, é preciso se ater a complexidade do tema em discussão: a população precisa entender a reforma de maneira consciente; saber em detalhes de todas as implicações” sugeriu.
Conforme disse o parlamentar, não há, nesse momento, um acordo que permita votar a reforma política no Congresso. “Não podemos esperar por um consenso, em um projeto que há mais de 10 anos divide esta casa. O poder do povo é soberano e é partir dele que deve vir à decisão, quando não há um entendimento entre seus representantes” argumentou.(Assessoria de Imprensa)