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Saúde


O perigo relacionado à venda de medicamentos em supermercados volta a rondar a população brasileira. O Senado aprovou na última quarta-feira, 25, o Projeto de Lei 7/2012, decorrente da Medida Provisória 549/2011, facultando a comercialização de MIPs (Medicamentos Isentos de Prescrição), em supermercados, armazéns, empórios e lojas de conveniência.

Para o Conselho Regional de Farmácia do Tocantins a medida é um retrocesso e pode causar sérios danos à saúde da população. “Medicamentos não são mercadorias que podem ser vendidas ao público sem nenhum controle sanitário e, principalmente, sem a orientação de farmacêuticos. Essa decisão influencia e incentiva a automedicação e o uso irracional desses produtos”, explicou a presidente em exercício do Conselho, Marttha Ramos, destacando ainda que todo medicamento pode causar reação adversa, mesmo os isentos de prescrição.

Atualmente, a automedicação é um dos problemas de saúde pública que mais atinge os brasileiros. De acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma), cerca de 80 milhões de pessoas são adeptas da automedicação no país. A consequência disso é outro número negativo: 40% das internações por intoxicação no Brasil são causadas pelo mau uso dos medicamentos, segundo dados do Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) da USP - o que coloca os medicamentos em primeiro lugar entre os agentes causadores de intoxicação no país.

Nacionalmente, o Conselho Federal de Farmácia já se mobiliza procurando autoridades sanitárias e lideranças farmacêuticas, com vistas a desencadear medidas urgentes que levem ao veto presidencial. Nos Estados, os Conselhos Regionais, assim como o do Tocantins, também estão mobilizados. “Contamos ainda com o bom senso da Presidente da República, Dilma Rousseff, que certamente irá avaliar o perigo da sanção dessa medida e o mal que fará a toda a população brasileira”, afirmou a presidente. (Ascom CRF)