Ao final da última semana, as discussões que dominaram a Assembleia Legislativa do Tocantins foram a proposta de desmembramento o distrito de Luzimangues do município de Porto Nacional e o pedido de formação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o envolvimento de políticos do Tocantins, principalmente o governador Siqueira Campos (PSDB), com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, investigado pela operação Monte Carlo, da Polícia Federal.
Já na primeira sessão legislativa desta semana, a CPI do Cachoeira poderá ser o tom dos debates na Casa de Leis, de acordo com o deputado Eli Borges (PMDB).
Em entrevista ao Conexão Tocantins na manhã desta quarta-feira, 2, o deputado confirmou que pretende assinar o pedido de CPI que já foi apresentado pela bancada de oposição na última semana visando investigar as ligações do governador Siqueira campos com o bicheiro. De acordo com ele, “o Tocantins precisa cumprir seu papel” no sistema de investigações.
O deputado, no entanto, mesmo confirmando que irá assinar e trabalhar pela instalação da Comissão na AL, destacou as dificuldades que uma CPI no Estado poderá enfrentar. Segundo Borges, as investigações da operação Monte Carlo envolvem figuras que já estão sob investigação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), no Congresso Nacional, o que dificultaria o convite ou convocação para depor no Tocantins.
Eli citou o caso específico do principal alvo das investigações, o bicheiro Carlos Cachoeira. “São pessoas que estão ligadas à nível nacional nas investigações. Como é, por exemplo, que vamos convidar um bicheiro que está sendo investigado pela Polícia Federal, pelo Congresso Nacional, para vir depor no Tocantins”, destacou.
O deputado destacou, ainda, que uma CPI para investigar as ações do bicheiro no Tocantins, dependeria de total apoio do presidente da Assembleia, o deputado Raimundo Moreira (PSDB). “É preciso muito apoio da presidência desta Casa”, completou.
Fogo amigo
O deputado se mostrou preocupado em confirmar que irá assinar o pedido de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito, mesmo que as investigações atinjam seus aliados políticos. “Se for apontado envolvimento do Marcelo e do Gaguim, o que eu posso fazer?”, disse sobre os ex-governadores Marcelo Miranda e Carlos Gaguim, ambos do PMDB, partido do deputado.