Em pronunciamento feito durante a sessão ordinária da tarde desta quarta-feira, 2, na Assembleia Legislativa do Tocantins, a deputada Solange Duailibe (PT) comentou sobre as acusações publicadas no jornal Folha de S. Paulo e que dão conta de um depósito de R$ 120 mil feito pela empresa Delta à uma ex-funcionária de seu gabinete. Ainda pela manhã a deputada já havia se posicionado, através de nota de sua assessoria de imprensa, no sentido de viabilizar a investigação do suposto pagamento a Rosilda Rodrigues os Santos.
De acordo com a deputada, esta é a primeira vez em 10 anos de atividade parlamentar que seu nome é ligado a esquema de pagamento irregular. A Delta está sendo alvo de investigação da operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Alguns dos diretores da empresa, inclusive, foram afastados por suposta ligação com o bicheiro Carlos Cachoeira.
A deputada admitiu em seu discurso que os fatos publicados na Folha de S. Paulo afetaram seu nome de forma negativa. “São fatos que denigrem minha imagem como política”, disse. Solange ainda voltou a afirmar que Rosilda já foi dispensada por não atender mais às necessidades que o trabalho propunha. “Eu tenho mais de 60 funcionários no meu gabinete e meu chefe de gabinete tem autonomia para dispensar qualquer funcionário quando entender que não atendem mais às nossas demandas”, completou.
Sobre uma possível investigação da Polícia Federal contra um suposto envolvimento de eu gabinete no esquema de corrupção do bicheiro ou das empresas ligadas a ele, a deputada destacou que irá auxiliar em tudo o que for necessário. “Eu não tenho nada a esconder. Eu quero que investigue, mesmo, doa a quem doer”, disse. Além disso, a deputada frisou que a vida pessoal de seus funcionários é de trato pessoal e não lhe dizem respeito. “Os atos pessoais e particulares dos meus funcionários não me interessam e nunca me interessaram”, completou.
CPI do cachoeira
Mesmo tendo seu nome envolvido com depósito irregular da Delta para uma funcionária, Solange frisou que pretende assinar o pedido de formação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar possível envolvimento de políticos do Tocantins com o bicheiro investigado pela Polícia Federal. “Se os colegas de bancada concordarem que será o melhor, eu serei a primeira a assinar a CPI”, completou.
A deputada ainda negou que haja qualquer ligação do depósito flagrado pela Polícia Federal com o contrato que a Prefeitura de Palmas tem firmado com a empresa para limpeza urbana e coleta de lixo da capital. “Isso é um absurdo. Isso é ilícito e acontece na Prefeitura. Inclusive o contrato já vem sendo investigado a algum tempo”, defendeu-se.