Dando sequência à série de entrevistas “Especial Palmas 23 anos” com pré-candidatos à Prefeitura de Palmas nas eleições deste ano, nesta terça-feira, 22, foi a vez da deputada estadual Luana Ribeiro (PR) responder às perguntas elaboradas pelo site Conexão Tocantins.
A deputada se posicionou sobre temas polêmicos como a expansão do Plano Diretor de Palmas e defende que haja uma ampla discussão sobre o tema. Já sobre trânsito e transportes, tema que tem sido calcanhar de Aquiles da atual gestão municipal, a deputada disse que, talvez, a solução seja o BRT (Bus Rapid Transit) ou Trânsito Rápido de Ônibus. Segundo Luana, há condições para se implantar e Avenida Teotônio Segurado é apropriada para o sistema.
Luana ainda avaliou positivamente, nesta entrevista, a área da Educação na capital. Segundo ela a evolução na área na gestão do prefeito Raul Filho é reconhecida pela população e também pela classe política.
Confira abaixo a entrevista na íntegra.
Conexão Tocantins – A prefeitura de Palmas tem divulgado que a cidade é uma das que mais cresce na região norte. Mas, na sua opinião, o que realmente faz com que a cidade cresça e se desenvolva?
Luana Ribeiro - A cidade cresce através do desenvolvimento econômico, da força da iniciativa privada e do poder público como um todo. O diferencial de Palmas, em relação a outras capitais, é a nossa localização privilegiada. Estamos no centro do País, um ponto estratégico que facilita o escoamento dos produtos. Essa peculiaridade atrai muitas empresas. A chegada da Ferrovia Norte-Sul trouxe para Palmas grandes indústrias, como a Petrobras, a GO (General Optical), segunda maior do mundo em ótica, a Sacks/Sephora e também o Centro de Distribuição Wine, uma grande distribuidora especializada em vinhos,dentre outras. A vinda desses empreendimentos impulsionou o setor de comércio e serviços, favorecendo a instalação de grandes supermercados, como o Extra, Atacadão, Americanas, Makro, Casas Bahia, entre outros, e lojas, aumentando a geração de emprego e renda. Os números do IBGE mostram que a população cresceu mais que a média nacional, ano passado, e ainda desponta como a que mais cresce na região Norte. Dados da Jucetins (Junta Comercial do Estado do Tocantins) também apontam que Palmas se consolida como uma cidade empreendedora, ideal para investimentos, com cerca de 20% de crescimento. Para que a cidade continue nessa ascensão e a economia continue girando é preciso fortalecer o comércio e as indústrias, e investir em qualificação da mão de obra local. Este é o desafio ao qual me proponho ao colocar meu nome como pré-candidata: fazer uma política diferente, com ideias inovadoras e soluções permanentes para que as pessoas que, assim como eu, acreditaram em Palmas e a escolheram para viver, possam crescer com a cidade.
CT – A polêmica do plano diretor é um dos assuntos que tomou conta da Capital desde o ano passado. Qual seu posicionamento claro sobre possíveis alterações no plano diretor da cidade? Você é contra ou a favor a criação de uma área de expansão urbana?
L.R - Sou a favor da ampla discussão a respeito do Plano Diretor de Palmas. É natural que, com o passar dos anos, um projeto de uma cidade precise ser revisto, reavaliado, por isso defendo as audiências públicas e o debate amplo do tema. Penso que quem deve decidir é a população, somada às questões técnicas, seja nas audiências públicas ou com a representatividade da Câmara Municipal, com os vereadores. Esse é o caminho de um processo democrático que deve se basear também na ampla divulgação e transparência.
CT – Trânsito e Transporte. Como melhorar essa área na capital?
L.R - Entendo que um bom plano de metas focado nas pessoas e na melhoria efetiva da cidade tem que ser levado a sério. Tanto que, neste momento, estamos com um grupo de pessoas conhecedoras da cidade e das necessidades que a mesma tem, reforçado por pesquisa com um ótimo banco de dados e também com a participação popular, debatendo item por item das necessidades de Palmas. Todas as nossas ações serão baseadas no que a população quer e em soluções práticas. Palmas é uma cidade cuja construção não está completa. Temos apenas 23 anos de emancipação, já temos uma história, mas ainda estamos no começo. Há muito por fazer. Por exemplo, um anel viário na região Norte e outro na região Sul desafogariam o trânsito e dariam mais segurança. É um projeto viável, que pode ser executado com a ajuda do governo federal. No transporte, talvez a solução seja o BRT (Bus Rapid Transit) ou Trânsito Rápido de Ônibus e há condições de implantar. A Avenida Teotônio Segurado é apropriada para o sistema. Já está em implantação, e segundo informações da Prefeitura deverá ficar pronto em 60 dias, o sistema de vigilância em pontos estratégicos da cidade. A instalação de 20 câmeras nas vias de comércio, como as Avenidas JK, Tocantins e Teotônio; e nos Aurenys, nas Arnos e no Parque Cesamar, vão ajudar no enfrentamento do crime e nas ações de proteção no trânsito. O projeto chamado GGIM (Gabinete de Gestão Integrada Municipal) tem parceria com o governo federal, através do Pronasci. Na verdade, essa parte de vigilância e monitoramento é apenas uma das muitas ações do Pronasci. A sede em Palmas já está pronta, eu já estive visitando o local, e agora está em fase de empenho. É preciso incentivar o transporte público, melhorando as condições de tráfego e proporcionando à população um trânsito mais rápido e seguro. Queremos um programa que case os anseios da população com as possibilidades da Prefeitura.
CT - Como a senhora avalia o setor de saúde na capital e a prestação de serviços por parte da prefeitura? E nos bairros mais distantes? O que na sua opinião é preciso melhorar na saúde de Palmas?
L.R - Saúde é um problema macro, com muitas demandas. Não é só o Tocantins ou Palmas que precisam de soluções efetivas nesta área, mas o Brasil como um todo. É preciso gerir bem os recursos para que os pacientes sejam, de fato, beneficiados. Claro que investir em serviços de cura é importante, mas as políticas de prevenção e promoção da saúde podem tornar os sistemas atuais mais eficientes. Promover saúde também é evitar que a população fique doente. Programas de Saúde Básica e a descentralização das políticas de saúde, incorporando-as à educação, por exemplo, podem melhorar a cobertura. Desde que assumi na Assembleia, procurei sempre estar por dentro dos assuntos relacionados à Saúde em defesa dos usuários e profissionais. É uma luta constante minha, como parlamentar, uma questão prioritária e primordial. Investir na qualificação do profissional de saúde, que precisa de reciclagem e novos conhecimentos, pode melhorar a relação paciente/profissional e também o atendimento. Na parte de infra-estrutura, estão sendo construídos 16 postos de saúde e dois hospitais de pequeno porte. Finalizar essas obras e equipar essas unidades também deve ser uma prioridade. É preciso pensar em todo o sistema. Para que o paciente seja bem atendido, o profissional de saúde precisa ter boas condições de trabalho. É preciso agir com coerência e atuando junto com o governo federal, na busca de recursos e também com eficiência na execução das verbas.
CT – As escolas de tempo integral são o mote da atual administração na área da educação. Quais outros projetos na área, a senhora, caso venha ser prefeita, pretende desenvolver para a educação?
L.R - O prefeito Raul Filho fez um trabalho muito importante na educação, com parceria com o governo federal e ajuda do senador João Ribeiro. Este ano, serão construídas três escolas de tempo integral e duas escolas padrão. Além de mais oito creches (CMEI). Hoje, todas as escolas municipais funcionam em tempo integral, ainda que algumas mantenham estrutura de escola padrão. A população reconhece esse avanço e é preciso manter o que está dando certo. É importante investir na qualidade do ensino que, como sabemos, avançou muito. As creches também são importantes e é uma necessidade das mães de Palmas. Mas é preciso mais escolas de tempo integral para que mais crianças possam ser atendidas. Acreditamos que com a parceria e abertura que temos, junto ao governo federal, é possível ir além neste quesito. Outro fator importante é manter o diálogo com a sociedade. Palmas tem essa particularidade: a região Sul, a região Norte, o centro e a zona rural, e em cada um desses locais a demanda é diferente uma da outra. Isso precisa ser respeitado.
CT – Na geração de emprego e renda, quais são seus planos como possível futura gestora da cidade para melhorar essa área?
L.R - É preciso investir na qualificação profissional. Temos estudado projetos nesta área e acreditamos que será muito produtivo se criarmos maneiras de estimular a qualificação das pessoas. A (Ferrovia) Norte-Sul trouxe muitas empresas de grande porte. Temos a expectativa de um aeroporto de cargas e, mais adiante, um porto seco e precisamos qualificar nossa mão de obra para ser absorvida pelo mercado. Muitas vezes, há vagas no mercado de trabalho que não são preenchidas por falta de habilidade do profissional em ocupá-las. Precisamos também explorar o potencial turístico da Capital, que inclui não apenas turismo de eventos e negócios, mas também o ecoturismo. Planejar e executar ações em economia sustentável é o que queremos fazer. Outro ponto importante é o incentivo aos pequenos e médios empreendedores e também a valorização do produtor rural. Palmas é uma cidade que está sendo construída através do sonho de seus moradores. É preciso incentivar as pessoas que vieram para cá a realizá-los. Políticas públicas de incentivo e investimentos em empreendedorismo e na iniciativa privada são fundamentais para fazer a roda econômica girar. Também é importante incentivar e investir no comércio local nas datas comemorativas. A nossa pré-candidatura passa necessariamente por ouvir e planejar com base nas necessidades das pessoas.
CT – Quais obras de infra-estrutura a senhora pretende construir em uma possível gestão da capital?
L.R - Infraestrutura é a base do crescimento de uma cidade. O nosso foco é uma infra-estrutura que seja eficiente e sustentável. Sabemos da existência de problemas que acontecem todos os anos e são eles que a população mais deseja que sejam solucionados. Um desses gargalos estruturais acontece, principalmente, no período de chuvas, quando temos muitos alagamentos em ruas e avenidas. Precisamos de galerias pluviais eficazes e uma solução definitiva para esses alagamentos. Nossa intenção é trabalhar com parcerias para dar uma solução para esse problema tão antigo. Outro pronto é o asfaltamento de ruas e das quadras da Capital e também a melhoria das vias de acesso à zona rural. Nesta área em especial, quero fazer algo grandioso.
CT – Cultura e Turismo. Como alavancar mais estes setores na mais nova capital do País?
L.R - Gosto muito de falar sobre esse assunto. Fico feliz porque sou turismóloga por formação e acredito no desenvolvimento econômico através do turismo e da cultura. Faço parte da Comissão de Meio Ambiente e Turismo da Assembleia e tenho projetos e propostas naquela Casa a respeito desses temas. Além disso, trabalhei por muitos anos na área. Palmas é privilegiada com a paisagem, que se divide entre a serra e o lago, essas belezas naturais devem ser aproveitadas de forma consciente e sustentável. As praias, as cachoeiras em Taquaruçu e a Serra do Carmo são cenários perfeitos para uma política de meio ambiente que una crescimento econômico e sustentabilidade. Estamos no coração do Brasil e essa facilidade de acesso pode atrair turistas de negócios e eventos e também os ecoturistas interessados na abundante natureza local. Já a cultura tocantinense é rica e diversa, com influência de todos os estados do país. Temos muita sorte de reunir todos esses elementos e aproveitá-los é fundamental. Um caminho seria unir educação e cultura, fazendo ações que favoreçam essa integração. O incentivo a projetos culturais e a valorização do artista local são nossas prioridades.
CT - Quais serão suas primeiras ações como gestora caso seja eleita em Palmas?
L.R - Caso a população me escolha e Deus me permita, minha primeira preocupação será organizar a gestão aos nossos moldes adequando-a ao Plano de Governo que será feito através dos anseios da sociedade, das nossas ideias e das possibilidades da Prefeitura. Os primeiros meses do ano são os mais chuvosos em Palmas e sabemos que os alagamentos, neste período, começam a incomodar a população. Temos que ter ações já preparadas para a operação tapa buracos, pois é nessa época que o asfalto fica mais danificado. Precisamos evitar transtornos, acidentes e prejuízos. Outra ação importante a ser realizada, de forma emergencial, será a roçagem geral na cidade. Já que o mato sempre cresce bastante nesta época e é claro dar um toque feminino na cidade através do paisagismo. Após as eleições vamos elaborar um plano de ação para os 100 primeiros dias de governo.
CT - Como a senhora avalia nas principais áreas a atual gestão do prefeito Raul Filho? O que precisa mudar na sua opinião?
L.R - Na área da Educação houve grande avanço. A semente foi plantada e os frutos serão colhidos no futuro. A evolução dessa área na gestão do atual prefeito é reconhecida pela população e também pela classe política. As escolas de tempo integral e as creches (CMEI) são um exemplo para o País. Também foi realizado um importante trabalho na habitação, apesar do déficit habitacional ainda ser alto na Capital. Mas Palmas é uma cidade em desenvolvimento e ainda há muito a ser feito como, por exemplo, a melhoria na Saúde, na parte de lazer e turismo, drenagem pluvial e geração de emprego e renda. E é por isso que sou pré-candidata, pretendo dar uma grande contribuição para nossa Capital. Quero fazer a diferença.