O Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Tocantins (Sindepol-TO), por meio de nota assinada pelo seu presidente, Gregory Almeida Alves do Monte, manifestou neste sábado (4), seu profundo repúdio às recentes declarações da ex-deputada estadual Luana Ribeiro, que utilizou suas redes sociais na sexta-feira, 3, para, segundo a entidade, difamar a Polícia Civil e atacar de forma leviana o trabalho desenvolvido pela Delegacia da Mulher.
"É inadmissível que uma ex-deputada, pelo simples fato de ter ocupado cargo político, tente se colocar acima da lei ou utilize sua visibilidade pública para atacar instituições sérias e profissionais que se dedicam à defesa da sociedade", critica o Sindepol.
Luana divulgou vídeos nos stories do seu Instagram manifestando indignação com a PC/TO pela suposta "falta de atuação" em caso considerado pela ex-deputada "muito grave" - envolvendo mulher próxima a ela. "Trabalhei tanto por essa Polícia Civil do Estado do Tocantins e acontece um negocio desse", chegou a dizer. Luana Ribeiro inclusive insinuou que a postura da polícia pode contribuir para casos de feminicídio, afirmando que "é por isso que acontecem" e que "é tudo muito solto, tudo muito frouxo, tudo muito desleixado, é tudo muito sem proteção".
O Sindepol esclareceu que o caso em questão trata-se de demanda de natureza cível, ligada à disputa por bens de uma união estável, e não como ilícito penal ou situação de flagrante. "No caso mencionado pela ex-parlamentar, a delegada plantonista ouviu todas as pessoas que compareceram à unidade policial e, ao final, decidiu de forma fundamentada que não se tratava de ilícito penal, tampouco se enquadrava nas hipóteses de flagrante delito", explicou o Sindicato.
De acordo com o Sindicato dos Delegados, a suposta vítima não se fez presente à unidade policial, tendo uma de suas filhas ficado responsável por relatar a suposta versão da mãe. "A filha da suposta vítima alegou que a mãe estava impossibilitada de comparecer à delegacia, porém não apresentou qualquer comprovação médica que atestasse essa condição. Na mesma oitiva, afirmou que a disputa está relacionada a uma casa adquirida pela mãe durante a união estável com o suposto autor, que perdurou por cerca de cinco anos", informou o Sindepol.
O Sindepol esclareceu que o ex-companheiro, suposto autor, não foi conduzido à delegacia, mas se apresentou espontaneamente, em veículo próprio, à unidade policial. "Ressalte-se, ainda, que, em nenhum momento, a autoridade policial vislumbrou situação que configurasse risco iminente de feminicídio, tratando-se, de forma inequívoca, de um conflito de natureza patrimonial".
A entidade representativa frisa que informações deturpadas e declarações desrespeitosas contra a Polícia Civil não apenas atenta contra a honra dos delegados e delegadas que atuam com imparcialidade, mas também coloca em risco a credibilidade das instituições responsáveis pela proteção de mulheres em situação de violência e vulnerabilidade.
Clique aqui e veja o que foi que a deputada Luana Ribeiro disse na íntegra.
Confira a nota do Sindepol na íntegra:
Nora de repúdio às afirmações da ex-deputada Luana Ribeiro
O Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Tocantins (SINDEPOL-TO) manifesta profundo repúdio às declarações da ex-deputada estadual Luana Ribeiro, que, em suas redes sociais, buscou difamar a Polícia Civil do Tocantins e, de forma leviana, atacar o trabalho desenvolvido pela Delegacia da Mulher.
A atuação da Polícia Civil, em especial das Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher, é pautada na legalidade, na técnica investigativa e no respeito aos princípios constitucionais. No caso mencionado pela ex-parlamentar, a Delegada Plantonista ouviu todas as pessoas que compareceram à unidade policial e, ao final, decidiu de forma fundamentada que não se tratava de ilícito penal, tampouco se enquadrava nas hipóteses de flagrante delito.
Ressalta-se que a suposta vítima não se fez presente à unidade policial, tendo uma de suas filhas ficado responsável por relatar a suposta versão da mãe. Após todas as inquirições, a Autoridade Policial concluiu que se tratava de uma demanda de natureza cível, disputa sobre bens adquiridos na constância de uma união estável, e que a questão deveria ser apreciada pelo Juízo competente.
A filha da suposta vítima alegou que a mãe estava impossibilitada de comparecer à delegacia, porém não apresentou qualquer comprovação médica que atestasse essa condição. Na mesma oitiva, afirmou que a disputa está relacionada a uma casa adquirida pela mãe durante a união estável com o suposto autor, que perdurou por cerca de cinco anos. Relatou ainda que ela própria foi responsável por trocar as chaves desse imóvel, utilizado como casa de aluguel (Airbnb), e que o suposto autor posteriormente teria retomado o bem e trocado novamente as fechaduras das portas.
Importante registrar, ainda, que o ex-companheiro, suposto autor, não foi conduzido à delegacia, mas se apresentou espontaneamente, em veículo próprio, à unidade policial. Todos os fatos foram formalmente documentados e estão sendo analisados com a devida imparcialidade e rigor legal pela autoridade competente. Ressalte-se, ainda, que, em nenhum momento, a autoridade policial vislumbrou situação que configurasse risco iminente de feminicídio, tratando-se, de forma inequívoca, de um conflito de natureza patrimonial.
É inadmissível que uma ex-deputada, pelo simples fato de ter ocupado cargo político, tente se colocar acima da lei ou utilize sua visibilidade pública para atacar instituições sérias e profissionais que se dedicam à defesa da sociedade. O uso de informações deturpadas e declarações desrespeitosas contra a Polícia Civil não apenas atenta contra a honra dos delegados e delegadas que atuam com imparcialidade, mas também coloca em risco a credibilidade das instituições responsáveis pela proteção de mulheres em situação de violência e vulnerabilidade.
O SINDEPOL-TO reafirma seu compromisso inabalável em defender as prerrogativas dos Delegados de Polícia e não permitirá que interesses pessoais ou tentativas de manipulação pública enfraqueçam o papel da Polícia Civil no combate à violência e na promoção da justiça.
Delegado de Polícia é o primeiro garantidor da legalidade e da justiça, papel essencial à segurança pública e à cidadania. A lei é para todos.
Palmas, 04 de outubro de 2025.
SINDEPOL-TO – Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Tocantins
Presidente em Exercício:
Gregory Almeida Alves do Monte