O Ministério Público Estadual (MPE) aguarda posicionamento da Comissão de Revisão de óbitos sobre a morte de dois pacientes da UTI do Hospital Geral de Palmas (HGP) que seriam decorrentes do uso descontínuo de antibiótico. Este medicamento poderia combater a bactéria KPC(Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase),que contaminou o setor de UTI. Diante desta informação repassada informalmente ao MPE por parte de setores do próprio HGP, a Promotora de Justiça Maria Roseli de Almeida Pery solicitou uma reunião emergencial na manhã desta quinta-feira, 21.
Na ocasião, foram
informados à Promotora de Justiça diversos problemas que podem ter contribuído
com a contaminação do setor de UTI, sendo os principais deles relacionados à
falta de higienização do Hospital. Outro problema apontado refere-se ao manejo
inadequado dos pacientes por alguns profissionais. “Constatamos que parte
destes problemas ocorrem por falhas na transição de gestão entre a Pró-saúde e
a Secretaria Estadual de Saúde”, destacou a Promotora Maria Roseli.
Outra situação relatada ao MPE refere-se à falta de pagamentos aos laboratórios conveniados, situação que estaria causando atrasos na entrega de exames. No fim da reunião, a Promotora de Justiça cobrou da Sesau, Pró-Saúde e outros setores envolvidos a resolução destes problemas de forma emergencial, bem como informações oficiais sobre as mortes de pacientes por parte da Comissão. Caso seja constatado que se tratam de óbitos evitáveis, a Promotora de Justiça dará conhecimento à Promotoria Criminal competente.
Sobre a bactéria
Mais conhecida como “superbactéria”, a KPC foi identificada pela primeira vez nos Estados Unidos, em 2000, depois de ter sofrido uma mutação genética, possivelmente relacionada com o uso indiscriminado ou incorreto de antibióticos. A KPC pode causar pneumonia, infecções sanguíneas, em feridas cirúrgicas, no trato urinário, enfermidades que podem evoluir para um quadro de infecção generalizada, muitas vezes, levando à morte.