Em greve há mais de dois meses, os professores das universidades e institutos federais de ensino aguardam uma proposta melhor do Governo em relação aos salários e condições de trabalho.
A deputada federal Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) enfatizou a necessidade de mais investimentos na Educação. "É preciso agilidade e boa vontade. Os professores querem simplesmente voltar para suas salas de aula e pesquisas com os compromissos para a educação e planejamento em relação a várias questões que não se referem somente ao salário. Existem políticas públicas que podem ser negociadas e estabelecidas como modelo. Não podemos esperar que uma greve aconteça todo ano”, disse.
A parlamentar ressalta que muitos estudantes e até mesmo professores estão saindo no prejuízo com a demora em chegar num consenso em relação à reivindicação da categoria. “Existem alunos que iam para programas no exterior, em parceria do Governo Federal de intercâmbio com outros países, mas que em virtude da greve perderam essa oportunidade. As perdas são enormes para os estudantes e universidades, mas existe um prejuízo de futuro para o Brasil, que tem relação com outros países em virtude de parcerias voltadas para pesquisas e também graduação. É preciso boa vontade e assumir responsabilidades e pactos firmados, não como o acordo da última greve do ano passado que o Governo federal sequer cumpriu” afirmou.
Segundo a deputada, desde o início das paralisações, que hoje abrange diversas outras categorias federais e agora ameaçam travar o País, o governo federal não mostrou vontade política para solucionar as reivindicações dos servidores. Para Professora Dorinha, no mínimo, deveria haver um canal institucionalizado de negociações para evitar a deflagração de greves Brasil afora.
“Há tempos que o movimento grevista vinha sinalizando que poderia se alastrar. O Governo preferiu não buscar uma articulação necessária para chegar a um acordo com os trabalhadores e evitar o pior, acabou ficando inerte e agora quem sofre é a população brasileira”, pontuou.
Proposta do Governo
O Palácio do Planalto elevou a fatia do orçamento público para o reajuste salarial dos docentes de R,9 bilhões para R$ 4,2 bilhões em repasses para os meses de março de 2013, 2014 e 2015. Também reformulou os repasses mínimos de 12% para 25%. O teto do aumento do salário dos professores se mantém em até 45%. Mas esse limite é apenas para doutores com titularidade e dedicação exclusiva. O repasse de 25% a 45% irá incidir sobre o salário-base acrescido dos 4% formalizados pelo Ministério da Educação há três meses.
A categoria docente aceitou parcialmente a proposta, mas também quer que a cada nível da carreira haja um aumento salarial de 5%, que a remuneração por titulação seja incorporada ao salário-base, e que as avaliações para promoção sejam realizadas pelas universidades e não por grupos externos de trabalho, como propôs o governo federal. (Assessoria de Imprensa)