O
exame de DNA de paternidade post mortem através da análise de polimorfismo de
DNA pode ser realizado de duas maneiras: método direto, com o DNA extraído de
amostras de tecido do suposto pai falecido através de uma exumação de cadáver;
ou então pelo método indireto, quando amostras sanguíneas são obtidas de um
número suficiente de parentes biológicos próximos do suposto pai falecido e é
utilizado para reconstituir, através de inferência genética, o genótipo do
suposto pai falecido. Esses dados, em seguida, são comparados com o DNA da
criança e de sua mãe biológica, e na maioria dos casos atendidos pela Defensoria
Pública durante o Mutirão de Conciliação, os avós paternos compareceram para a
realização da coleta do material genético.
Mas um caso chamou a atenção. Durante o Mutirão realizado no Núcleo Regional de
Gurupi, a dona de casa Maria Marcicleide Bezerra, 31, procurou a Instituição
para fazer o reconhecimento de paternidade post mortem da filha D.B., de 9
anos. Porém, para a reconstrução do DNA e a comprovação da paternidade, apenas
a avó paterna foi encontrada para a coleta de material genético.
A
comprovação de paternidade neste caso se dá de uma forma diferente, onde é necessária
a reconstrução do DNA do suposto pai por meio do cromossomo X. Esse exame, por
ser de grande complexidade, custa em torno de R$ 5.000,00, mas o Laboratório
que venceu a licitação para fornecer os exames de DNA que foram feitos durante
o Mutirão, sensibilizados com a história da família, doou o exame para a
Defensoria Pública.
No último dia 28, mãe e filha foram a Araguaína, onde mora a avó paterna Luzinece
Cardoso, participar do Mutirão que aconteceu no município, e fizeram a coleta
do material.
“A gente sabia que era muito difícil, primeiro pelo custo e também porque o pai
da minha filha já faleceu e o avô dela não era possível localizar. Mas em Gurupi,
vimos uma luz do fim do túnel e estamos muito felizes com isso, principalmente
a minha filha porque depois do resultado, nós vamos trocar todos os documentos
dela, incluir o nome do pai, dos avós e isso vai ser muito importante para
ela”, comentou a mãe.
“Vamos fazer o teste sim, é um momento importante para todos nós; se comprovada
a paternidade, eu ganho uma neta e ela uma família. Estou muito feliz”, disse
Luzenice Cardoso. (Ascom Defensoria Pública)