Após sete anos do crime o processo que apura o homicídio de Maruzan Jardim Andrade está tramitando no Tribunal de Justiça. O policial militar José Soares da Silva e Edilane Fernandes de Lima são réus no processo que trata do homicídio ocorrido em janeiro de 2006 em Miranorte, a 99 km de Palmas e que comoveu a cidade.
O juiz da comarca de Miranorte deu sentença para que os acusados sejam julgados pelo tribunal de júri mas os advogados recorreram. Desde então o processo foi protocolado no TJ no dia 10 de maio de 2012 no gabinete do então relator desembargador Amado Cilton. O Fórum de Miranorte informou que ainda não há decisão sobre o recurso.
Paulo Roberto da Silva e Wedyna Marth de Sousa são os advogados de José Soares e Edilane, respectivamente. Ao Conexão Tocantins o advogado do policial confirmou que entrou com um recurso nesta segunda-feira, 18, para que o processo seja analisado pelo Superior Tribunal de Justiça e pelo Supremo Tribunal Federal. “Não tem nenhuma prova contra ele. Não tem como acusá-lo”, argumenta. O advogado afirma que o MPE pediu a absolvição do policial.
Desde 2006 o caso tem vários desdobramentos. A investigação policial colheu provas que apontam indícios de que a dupla acusada teria praticado o crime. Eles são acusados de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. O Ministério Público ofereceu denúncia e representação para prisão preventiva dos indiciados.
Família cobra
“A esperança é a última que morre”, afirmou o irmão e funcionário público Jadson Jardim sobre a demora no julgamento e punição para os culpados. Outro irmão da vítima, José Jardim disse ao Conexão Tocantins que a demora para que os acusados sejam punidos ocorre em razão dele ser policial. “Meu irmão não tinha passagem pela polícia, era uma pessoa de bem, um trabalhador. Meu irmão foi desamparado pelo Estado pois foi executado por alguém que deveria levar a segurança para o cidadão”, afirmou. José Jardim diz que o crime foi premeditado. “ Atiraram nele na mesma rua da delegacia no dia quatro de janeiro de 2006 depois atiraram nele no peito e na nuca”, afirma.
O corpo de Maruzan foi encontrado por trabalhadores rurais por volta das 15 horas do dia cinco de janeiro. Conforme as informações do processo, a vítima teria sido sequestrada em Miranorte pelo policial militar José Soares da Silva que estava com um veículo emprestado. O corpo foi jogado numa plantação próxima do município de Dois Irmãos cerca de 20 km. Já os documentos da vítima foram encontrados em um bueiro próximo de Guaraí. A suspeita principal era que o acusado era amante da esposa da vítima.
A família argumenta que o policial militar acusado de executar o crime, chegou a ser promovido pela PM duas vezes após o crime.