Após manhã de debates na Assembleia Legislativa do Tocantins sobre o aumento da tarifa de energia que sofrerá reajustes de 10,23%, o deputado José Roberto Forzani (PT) apoiado por mais 13 parlamentares apresentou um requerimento em que solicita a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação da Empresa Centins - Companhia de Energia Elétrica do Tocantins. A empresa sofreu intervenção do Governo Federal por suspeitas de fraudes que ultrapassam a ordem dos R$ 40 milhões de reais.
"O que ocorreu, a partir da privatização da empresa, foi uma 'roubalheira' já relatada pelo interventor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nesta Casa de Leis, em audiência pública. Para onde foi o dinheiro desviado? Precisamos saber pra onde foi esse dinheiro, temos que procurar pelos responsáveis", disse Zé Roberto na tribuna no momento que apresentava o requerimento da CPI.
Além do petista, o requerimento foi assinado por 13 parlamentares, entre estes Amália Santana (PT), Amélio Cayres (PR), Luana Ribeiro (PR), Marcelo Lelis (PV), Sargento Aragão (PPS), Solange Duailibe (PT), Wanderlei Barbosa (PEN), Vilmar do Detran (PMDB), Eli Borges (PMDB), Freire Júnior (PSDB), Stalin Bucar (PR).
Audiência Pública
Em junho deste ano, a Assembleia Legislativa realizou uma audiência pública para esclarecimento da situação da empresa. A audiência contou com a presença do interventor da Celtins, Isaac Averbuch que mencionou uma série de decisões que levaram a empresa a ter problemas de caixa.
Entre elas, investimentos considerados "imprudentes", de alto valor inicial e de retorno demorado, contratos desfavoráveis à Celtins que beneficiaram outras companhias de parentes da cúpula do Grupo Rede, excessivo número de funcionários mantidos em São Paulo, falta de clareza quanto aos custos e saques injustificados de R$ 42 milhões da Celtins para outras empresas do grupo.
Decisões como essas, ainda segundo o interventor, levaram à desconfiança do setor financeiro que, diante da inadimplência da empresa, acionou-a judicialmente, o que levou à intervenção pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Desde então, foi determinado que fosse feita auditoria na companhia, transferida a estrutura de São Paulo para Palmas, renegociação de contratos com credores e fornecedores, cortes de despesas e suspensão de pagamentos em contratos considerados indevidos. (Com informações da Dicom/AL)