No período seco a prática das queimadas é utilizada nas áreas urbanas e rurais, acarretando ao ser humano e meio ambiente, especialmente nas propriedades rurais, resultados negativos. Para piorar a situação, na agricultura existe a cultura do fogo para limpar as áreas para plantio e renovação de pastagens. A Secretaria da Agricultura e Pecuária (Seagro) defende o uso de tecnologias para eliminar essa prática, que destrói a biodiversidade.
Segundo o engenheiro agrônomo da Seagro, Corombert Leão, o produtor tem que se conscientizar que a queimada aumenta o processo de erosão do solo, elimina a cobertura do solo aumentando a temperatura, queima a matéria orgânica, mata a macro e micro fauna existente, aumenta o número de pragas e ervas daninha, e diminui a produtividade e fertilidade da área. “Temos várias alternativas tecnológicas que podem ser adotadas para eliminar essa prática, uma delas é o uso de ureia pecuária”, argumenta.
O engenheiro agrônomo diz que para que essa tecnologia dê resultado, é fundamental dispor de pastagens com boa disponibilidade de forragem. Leão frisa que é simples e de baixo custo, consistindo em misturar a ureia com o sal mineral ou com o capim seco (volumoso). “Essa mistura tem por objetivo fornecer a proteína de que o animal precisa e não encontra na pastagem seca, cujo teor proteico é baixo. O uso da ureia pecuária no sal estimula o animal a aumentar o consumo de forragem”, garante.
De acordo com Leão, um dos benefícios do uso da ureia é a eliminação do efeito sanfona do rebanho, que ganha peso no período chuvoso e perde, no período seco. Com a mistura, os animais consomem maior quantidade de forragem na estação seca. “O produtor melhora a produção e contribui para conservar o meio ambiente, tornando sua atividade sustentável”, completa o engenheiro.
Como usar
O profissional explica que o uso da ureia deve ser feito quando o pasto floresce e começa a secar. Nesse momento, e sem esperar que os animais comecem a perder peso, inicia-se o fornecimento de ureia no sal mineral ou no volumoso.
O engenheiro avisa que é preciso alguns cuidados com a mistura, já que se for consumida em quantidade excessiva, a ureia é tóxica para os animais. Daí a necessidade de misturar bem os dois ingredientes. “A mistura deve ser utilizada de forma progressiva para melhor adaptação do rebanho, fornecido de forma contínua, sem interrupção, até o início das chuvas. É preciso ainda cuidar para que a água não se acumule no cocho, pois a ureia molhada se transforma rapidamente em compostos tóxicos aos animais”.
Leão ressalta ainda que o processo deve ser acompanhado, desde o início, por um especialista, zootecnista ou engenheiro agrônomo. (Ascom/Seagro)