Mais de 300 famílias que moram em regiões rurais de Palmas sofrem com os prejuízos oriundos da seca que assola tais localidades. Além de não ter água suficiente para plantar, nem para os animais, muitos fazem racionamento para garantir água para o consumo próprio.
“Nós tomamos conhecimento desta situação através do Programa Blitz Produtiva Rural ao visitar mais de 400 propriedades. Detectamos uma grave situação de falta de água em diversas regiões rurais de Palmas, sendo a maioria delas em assentamentos com grande número de famílias”, afirmou o secretário municipal de Desenvolvimento Rural, Roberto Sahium, acrescentando que após tomar conhecimento de tal fato a SEDER informou ao prefeito Carlos Amastha que imediatamente assinou o Decreto nº 560 no último dia 14, no qual declara Estado de Emergência e determina que todas as medidas necessárias para socorrer estas pessoas, sejam tomadas.
O Decreto nº 560 determina que a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural e a Defesa Civil Municipal podem requisitar aos órgãos da Administração Direta e Indireta do Poder Executivo Municipal o apoio técnico, logístico e financeiro necessário ao imediato socorro das comunidades atingidas.
Comunidades atingidas
Pelo Decreto, as regiões rurais de Palmas onde se situam 12 associações de produtores rurais são tidas como em situação de emergência, são elas: Associação dos Agricultores do Projeto de Assentamento Serra do Taquaruçú; Associação dos Produtores Rurais do Assentamento Veredão; Associação dos Produtores Rurais do Projeto Assentamento Entre Rios – APRAER; Associação dos Produtores Rurais do Projeto Assentamento Entre Rios – II; Associação Produtiva do Projeto Assentamento Sítio; Associação dos Agricultores do Projeto Assentamento Sítio; Associação dos Pequenos Agricultores do Mato Verde; Associação dos Pequenos Agricultores do Rio Macaquinho; Associação dos Pequenos e Mini Agricultores do São Silvestre; Associação dos Pequenos e Médios Produtores Rurais – Nova Aliança; Associação dos Pequenos e Médios Produtores Rurais do Vale da Estiva; e Associação dos Produtores do Vale da Piabanha.
Nestas comunidades moram pessoas simples como o senhor Celino Gomes Soares que vive na região do Mato Verde e é obrigado todos os anos a retirar todo o gado de sua propriedade. “É doído a gente ver os animais sofrendo então eu levo para outras fazenda. Se deixar aqui eles morrem de sede, de fraqueza”, explicou o produtor.
Ainda de acordo com o senhor Celino ele já chegou a perder 14 rezes para a seca. “Este ano, como ainda está no começo, perdi três cabeças”, afirmou o sertanejo acrescentando que o socorro da Prefeitura é uma bênção divina. “Nós temos fé em Deus que vai melhorar; e esta ajuda não é só para os bichos, nós aqui em casa bebemos de uma mina que enche dois tambores de 200 litros uma vez por dia, é com esta água que sobrevivemos”, declarou.
Vizinhos da propriedade do senhor Celino, o aposentado Sabino Lemos de Aguiar e sua esposa Domingas Lino, ambos também passam dificuldades devido à seca. “Aqui o trem piora mesmo é em setembro. A água diminui muito”, afirmou o agricultor que mora na região desde 1974.
A dona Maria do Socorro Mendes é moradora do Projeto de Assentamento Sítio e sabe como é difícil enfrentar a seca e suas consequências. “Eu não tenho como plantar, nem como criar animal nenhum. Bebo água de uma cisterna e vejo diariamente o nível dela baixar”, explica a viúva que mora com cinco netos e um filho.
Dona Maria afirma ainda que seu maior sonho é retirar da sua terrinha o sustento através de uma plantação de hortaliças. “Deus levou meu marido, mas me deixou com força e vontade de trabalhar. Só falta água para colocar esta terra para produzir”, desabafou a assentada. (Secom Palmas)