A portaria nº 1.353/2011, do Ministério da Saúde, que veda a doação de sangue
por homens gays e bissexuais, tem sido alvo constante de críticas por parte de
grupos ligados aos direitos humanos. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
recebeu recentemente o Grupo Matizes, que solicitou ao presidente da entidade,
Marcus Vinícius Furtado, um posicionamento em relação à resolução.
A presidente da Comissão de Direito Homoafetivo da OAB-GO e vice-presidente da
Comissão Especial da Diversidade Sexual do Conselho Federal da OAB, Chyntia Barcellos,
confirma que a questão tem gerado descontentamento e, inclusive, já recebeu
reclamações de grupos.
Para ela, a portaria tem um teor discriminatório: “O impedimento de doação de
sangue por homens gays e bissexuais fortalece o preconceito contra a comunidade
LGBT brasileira. Vai de encontro com princípios básicos da Constituição
Federal, como a igualdade e dignidade humana”.
Chyntia afirma que levará a questão ao Conselho Federal para que o Ministério
da Saúde se posicione sobre o assunto. “Não podemos continuar com este
pensamento retrógrado. A sociedade tem mudado e isto precisa ser refletido
pelos nossos órgãos representativos”, finaliza a advogada.