Na Comunidade Galhão, localizada no município de
Mateiros, são aproximadamente 200 pessoas com características rurais, mas que
nos últimos anos vem passando por várias dificuldades: há problemas com a
titulação das terras, a estrada não é asfaltada, estando em péssimo estado e
sem sinalização. Falta atendimento básico de saúde, com registros de casos de
hanseníase e mortes por anemia falciforme. Falta telefone público, regular e
escolar; e a escola só oferece até a 5ª série do Ensino Fundamental.
Os problemas da comunidade foram apresentados durante ação do Projeto Defensoria
Quilombola que trouxe ao local Defensores Públicos, Assistente Social,
Psicólogos, Analistas Jurídicos, Assistentes e também representantes do INSS,
Ruraltins, Secretaria Estadual de Defesa Social, Secretaria de Agricultura de
Mateiros e Sebrae.
O gerente executivo do INSS, Silvano Coelho Lira, falou sobre os direitos e
deveres perante a previdência social.Silvino de Paula Pinto, do Ruraltins de
Ponte Alta, apresentou a Instituição e qual o trabalho pode ser desenvolvido
junto a comunidade, a exemplo da capacitação voltada à agricultura familiar.
O assessor dos afrodescendentes da Secretaria de Defesa Social, André Luiz
Gomes Silva, abordou a questão sobre a comunidade ser enquadrada como
Quilombola, e o que precisava ser feito para esse reconhecimento. O analista do
Sebrae, Vilson Nascimento, ressaltou a importância da comunidade se organizar
enquanto Associação, os benefícios desse união e a possibilidade da instituição
oferecer cursos de formação.
Os Defensores Públicos ouviram atentos as demandas da comunidade, e vão
encaminhar os pedidos de resolução dos problemas as autoridades competentes.
"Em pleno século XXI nos deparamos com desumanidades gritantes aqui na
regiao do Jalapão. Em um local com grandes interesses econômicos, seja de
grandes fazendeiros ou turïstico, ainda assistimos a ausência de uma série de
direitos humanos violados. Vergonhoso para o Estado observar que sequer há
transporte escolar; falta telefone público, falta de atendimento médico e ainda
nos deparamos com crianças subnutridadas e famílias que praticamente sobrevivem
sem nenhuma dignidade, o que exclui mais ainda as comunidades tradicionais e as
afasta de seus direitos. Impressionante que bem ao lado das moradias de
famílias em plena situação de miséria, grandes fazendas avançam o território
quilombola e ainda assistimos a construção de uma imensa pista de pouso para
aviões. É nitidio o descaso com os seres humanos e a prevalência da indignidade
humana", ressaltou o defensor público Arthur Márques. (Ascom Defensoria)