No recente estudo elaborado pela
Federação das Indústrias do Tocantins - FIETO sobre acesso aos serviços
financeiros, 75% dos empresários da indústria que participaram da pesquisa
responderam que nos últimos 12 meses, os investimentos em seu negócio, foram
financiados por recursos próprios.
A busca por empréstimos bancários representa 14,2% e 9% dos empresários ouvidos
não realizaram investimentos nos últimos vinte e quatro meses. Recursos dos
familiares e empréstimos vindos dos amigos são praticamente inexistentes, via
de regra, esses, são normalmente dependentes dos proprietários da empresa.
Verificou-se situação semelhante, no caso de “capital de giro”. Os dados
demonstram que, em torno de 88% dos donos das empresas financiam com recursos
próprios, seu “capital de giro”. Nesta situação, de capital rotativo,
percebe-se baixa demanda dos industriários às instituições de serviços
financeiros, fato que pode estar associado a um conjunto de elementos,
principalmente as exigências burocráticas.
As empresas deixam de contar com importante serviço de apoio ao processo
produtivo e fundamental para a produção de bens, ocupação de mão de obra, e
geração de riqueza para o Tocantins e economia brasileira. Entre as razões que criam obstáculos dos financiamentos bancários, tem-se a
apresentação do demonstrativo financeiro do negócio mais realista, cujo índice
ultrapassa os patamares de 40%.
A aquisição de outros produtos que o funcionário do banco ofereceu, com 21,7%,
é de certo modo uma prática observada em alguma instituição de crédito, que
condiciona a concessão do empréstimo à obtenção de um produto do banco. A
disponibilização de outro tipo de empréstimo que não aquele pretendido, com
aproximadamente 40% de citações, integra o conjunto de dificuldades elencados
pelos empresários.
De acordo com o gerente da Unidade de Desenvolvimento Industrial da Fieto,
Carlos de Assis, além da reciprocidade bancária, outro obstáculo é a assimetria
de informações, ou seja, o distanciamento entre o agente financeiro e a
indústria, que não conhece todas as informações necessárias para acessarem o
crédito.
Para o presidente da Federação das Indústrias do Tocantins, Roberto Magno Martins Pires, o
relacionamento entre o setor produtivo e os agentes financeiros, precisa ser
ampliado e melhorado, possibilitando maior fomento na economia.
A pesquisa de Acesso aos Serviços Financeiros foi elaborada a partir de uma
amostra desenhada de 303 indústrias (micro, pequena, média e grande) de
diversos segmentos, em atividade no Tocantins. A seleção das empresas foi
realizada de forma aleatória, utilizando-se dados do Guia Industrial, cujo
universo conta com pouco mais de três mil indústrias. (Ascom Fieto)