A Folha de São Paulo afirmou nesta segunda-feira, 23, que o governador em quarto mandato, Siqueira Campos (PSDB-TO) gere um Estado com pouca capacidade de investimento e onerado por gastos crescentes de custeio. Despesas com pessoal chegaram em 2013 ao limite máximo, puxadas por leis de reajustes aprovadas por Carlos Gaguim (PMDB, 2009-2010), segundo o jornal.
Já os investimentos caíram 40% nos últimos 12 anos e não avançaram na gestão tucana –subiram 2,7% desde 2011. Na mensagem ao Legislativo deste ano, Siqueira diz que recebeu o Estado "endividado" e "sobrecarregado por políticas paternalistas".
Segundo a Folha, o cenário dificulta o cumprimento de promessas de campanha: de oito hospitais que se comprometeu a entregar, só três estão em obras –todas iniciadas em 2013.
O governo diz que reduziu salários e cortou servidores temporários para recuperar "credibilidade" e que tem gestão fiscal responsável.
Também aponta redução de repasses federais, como os do FPE (Fundo de Participação dos Estados). Segundo o governo, R$ 296 milhões previstos para 2012 não chegaram. "O FPE é essencial para o Estado, novo e com economia em desenvolvimento; sua redução afeta diretamente as finanças estaduais", diz o secretário do Planejamento, Flávio Peixoto.
Na educação, o governo entregou ou adaptou 50 escolas em tempo integral e celebra avanços no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) –a rede estadual subiu de 21º para 17º lugar em 2012.
A oposição aponta uma gestão "estagnada", aquém do potencial de crescimento da economia local. Criado em 1988, Tocantins cresceu 7,2% em média de 2002 a 2010, acima do índice nacional (4%). "Não houve avanço em praticamente nada", diz o deputado Freire Júnior (PV-TO), apontando papel tímido da iniciativa privada no Estado.
O ex-governador Gaguim nega ter entregue o Estado ao PSDB em más condições. Disse que havia dinheiro em caixa e defendeu a "valorização do servidor público".
Aos 85 anos, Siqueira Campos tem evitado falar em reeleição. Cogita-se que possa apoiar o filho, Eduardo Siqueira Campos, seu secretário de Relações Institucionais e recém-filiado ao PTB. Para que o filho possa ser candidato, Siqueira teria de renunciar ao cargo seis meses antes da eleição. Veja a íntegra da matéria da Folha