O Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) divulgou pesquisa que aponta o crescimento de áreas plantadas no Brasil por mesorregiões. Conforme o estudo, a região denominada Oriente do Tocantins, que engloba a margem direita do rio Tocantins até a divisa com os Estados de Goiás (ao Sul), Bahia e o Piauí (ao leste), foi uma das que mais se desenvolveu, juntamente com as mesorregiões norte e sul do Amapá.
De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Seagro), o Estado fechou o ano de 2013 com cerca de 833 mil hectares de área cultivada, o que gerou uma produção de mais de 2,6 milhões de toneladas de grãos produzidos, um crescimento de 11% em comparação com a safra anterior. Somente na mesorregião Oriente do Tocantins, segundo a pesquisa, de 1994 a 2010, o crescimento foi de mais de 429%, variando de 66.607 ha para 352.785 ha.
Para o secretário executivo da Seagro, Ruiter Padua, o Tocantins tem se mostrado um Estado vantajoso na atração de empreendedores rurais, principalmente na divisa com o oeste da Bahia. “Dentro do Tocantins, sobretudo nas regiões da Garganta e da Chapada das Mangabeiras, tem tido um fator climático favorável com períodos de chuva bem definidos e sem maiores problemas”, pontuou.
Já na região mais centralizada do lado direito do rio Tocantins, englobando municípios como Porto Nacional, Santa Rosa, Silvanópolis, além do período chuvoso bastante definido, as características do relevo são ponto chave na atração de produtores. “São terras extremamente planas e sempre teve o preço como fator de atração”, completou Padua, comparando o valor das terras no Tocantins, com as do oeste baiano. “As terras na Bahia subiram muito de preço durante os anos e as terras do Tocantins ainda eram muito baratas”, comparou.
Logística e programas de governo
Ponto destacado por Ruiter Padua, a implementação de programas para recuperação da malha viária do Estado, foi um dos fatores que contribuíram para o crescimento da área plantada no Tocantins. Ao todo, até o final do ano, a estimativa da Agência de Máquinas e Transportes do Estado (Agetrans) é que mais de 5,4 mil Km de estradas sejam construídas ou reformadas em todo o Tocantins. “Em momento algum podemos deixar de citar a logística de escoamento da produção implantada com a estruturação das estradas do Estado. Acredito que esta logística seja fundamental”, completou.
Além disso, recentes programas desenvolvidos pelo governo do Estado tendem a fazer com que a área plantada aumente ainda mais, por meio de incentivos tanto aos grandes como aos pequenos produtores. Iniciativas como o Terraforte, pela qual estão sendo repassadas máquinas e implementos agrícolas como tratores e caminhões para transporte de calcário, fortalecem a economia rural e desenvolvem o setor no Tocantins.
“Esses programas vão começar a ter influência já a partir da safra 2013/2014. Nós começamos a distribuir os equipamentos em novembro e já temos máquinas com mais de 600 horas trabalhadas. Para a safra 2014/2015 tenho certeza de que teremos um impacto muito grande”, pontuou Padua.
Segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra do Tocantins 2013/2014 deverá ter uma variação de cerca de 10,3%, podendo chegar a uma área total de 897,6 mil hectares e uma produção de 3,3 milhões de toneladas, 4,1% maior do que a safra 2012/2013.(ATN)