Começa a nascer no Tocantins um Movimento de Reorganização do Estado Novo, como deve ser batizado, que vai contar com a participação de vários segmentos da sociedade bem como personalidades que ajudaram e defenderam a criação do Estado do Tocantins. A intenção é fazer um debate plural das principais deficiências do Estado para tentar mudar a realidade social. O grupo vai criar comitês nos municípios para discutir a realidade local e de cada região. “ Vamos criar comitês e fazer a convocatória para instalar os debates”, informou a organização do grupo.
A primeira reunião do movimento aconteceu na última sexta-feira, 7, e contou com a presença dos idealizadores do movimento. Esta semana o grupo vai definir os demais detalhes como o registro jurídico, que ficará a cargo do ex-secretário de Segurança Público, Hebert Brito, conhecido como Buti.
Para conhecer mais sobre os objetivos do movimento, o Conexão Tocantins conversou com um dos idealizadores, o ex-deputado federal e ex-prefeito de Porto Nacional do PT, Paulo Mourão. “Como se justifica um estado que ao longo dos 25 anos teve uma média de crescimento econômico superior ao PIB Nacional mas não conseguiu promover o desenvolvimento sonhado pelos seus idealizadores? O sentimento de criação do Estado se baseou no desejo de justiça social, mais oportunidades e diminuição das desigualdades”, relembrou.
Mesmo sendo do PT e ferrenho crítico do atual governo, Mourão garantiu que o Movimento não é de oposição ao governo estadual. “ É um movimento suprapartidário visando organizar o Estado e fazer uma recuperação econômica e social. O Estado está com a maioria da receita comprometida com gastos com pessoal, teve a capacidade de investimento reduzida e tudo isso gera uma situação de perplexidade que preocupa a sociedade”, frisou.
Outra linha de pensamento do grupo, segundo Mourão, é que o modus operandi político vai conseguir o resgatar o sonho, a esperança e o desejo de equilibrar o Estado e diminuir a exclusão e a pobreza. “ Não conseguimos entender a incompetência da atual gestão. O Estado não conseguiu avançar socialmente e o desenvolvimento não veio comprometido com a cidadania”, disse ao completar que no Tocantins o poderio econômico ainda impera enquanto a desigualdade social só aumenta.
Segundo dados do Movimento e que seriam com base em pesquisas, atualmente 74% da população do Tocantins rejeita o atual governo. Com base nesse dado Mourão criticou ainda a Assembleia Legislativa do Tocantins. “Se mais de 74% da população rejeita o atual governo como que mais de 80% da Assembleia apóia um governo desse? É preciso discutir as representações e eleger de fato quem vá de encontro com o pensamento e anseio popular”, disse.