O vereador Junior Geo (Pros) afirmou na tribuna da Câmara de Vereadores de Palmas na sessão da manhã desta quarta-feira, 23, que não se calará diante da “pressão e dos atos de ameaças da Gestão Municipal. Sua pressão e poder financeiro não me compram que venham mais ações, pois não me calo, sou representante do povo e estou cumprindo meu papel”, afirmou o vereador se referindo a Ação de Indenização por Danos Morais, que está sendo movida pelo prefeito Carlos Amastha contra ele.
Ao usar a tribuna da Casa, o vereador disse que soube da Ação, por meio da imprensa e do colega José do Lago Folha Filho (PTN). Como ainda não foi notificado oficialmente pela Justiça, o parlamentar acredita que a ação foi motivada pelos seus questionamentos em relação ao possível direcionamento do processo de licitação para a concessão do sistema do estacionamento rotativo de Palmas.
Ele repudiou a atitude da gestão e lembrou aos parlamentares que os mesmos foram eleitos pelo povo para representá-los e deverão cumprir seu papel, de fiscalizar os atos do Executivo. “O Governo Municipal não pode persuadir este parlamento, censurar seus pares que estão a serviço do povo palmense, não podemos permitir está afronta, se não existe nada errado na licitação que a gestão responda, se justifique junto aos órgãos competentes”, cobrou.
Na ocasião Júnior Geo falou sobre imunidade parlamentar, citando a Constituição Federal, o artigo 53 que em resumo diz que os parlamentares municipais, estaduais e federais no exercício de suas funções não podem ser processados civil e penalmente, por qualquer manifestação de opinião, palavras e voto.
Entenda
O vereador Júnior Geo, durante pronunciamento na tribuna da Casa, na semana passada acusou a Gestão Municipal de direcionar a licitação para concessão do estacionamento rotativo de Palmas, questionando inclusive por que a área do Shopping Capim Dourado foi incluída no Decreto Municipal que regulariza o sistema rotativo.
Posteriormente o bloco de oposição, formado pelos vereadores Lúcio Campelo (PR), Joaquim Maia (PV), Iratã Abreu (PSD) e Júnior Geo protocolou um documento no Tribunal de Contas do Estado (TCE) contestando alguns itens do edital de licitação, como a exigência de oito títulos de classificação técnica para um único profissional do quadro da empresa para operar o sistema do estacionamento rotativo da capital. O documento ainda está sendo analisado pelo TCE.
Voto de repúdio
Durante a sessão desta manhã, o vereador Lúcio Campelo (PR) apresentou voto de repúdio ao ato do prefeito, Carlos Amastha, por está movendo a Ação contra o vereador professor Júnior Geo.
Na ocasião ele acusou o Executivo de querer enfraquecer o parlamento, retirar sua autonomia que foi dada pela sociedade. “É evidente que a gestão quer que todos os 19 vereadores desta Casa calem a boca ou então serão processados”, repudia Campelo.
Lúcio lembrou que o Prefeito como homem público está sujeito a críticas e deve aprender a digerir, uma vez que muitas contribuem com o melhoramento da gestão. “Se o Executivo não souber conduzir as críticas terá que mover muitas ações, pois por onde ando o povo reclama da atuação da gestão”, revela o vereador.
Tarifa
Outro assunto abordado na tribuna nesta manhã pelo vereador José do Lago Folha Filho (PTN) diz respeito às reuniões que estão sendo realizadas pelo Conselho Municipal de Trânsito e Transporte de Palmas, as quais segundo Folha o vereador Júnior Geo, que é vice-presidente do Conselho foi convidado e não está participando.
Júnior Geo voltou a reafirmar que não está sendo comunicado para participar das reuniões, que possivelmente está sendo discutido o valor da tarifa do transporte coletivo. O vereador Marreco Mototaxi (PPS) solicitou a Casa a retirada do vereador Júnior Geo do Conselho, que automaticamente pediu uma auditoria no Conselho e cópia das atas das reuniões com o objetivo de averiguar a participação de outros membros, e se ele está sofrendo retaliação.