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Campo

Foto: Joatan Silva

Com o fim do período das chuvas, a Secretaria da Agricultura e Pecuária (Seagro) volta a alertar os produtores sobre os prejuízos das queimadas para a qualidade da produção, como empobrecimento do solo e prejuízo na infiltração da água. Para estimular esta conscientização, a pasta desenvolve junto aos agricultores do Estado vários projetos para a implantação de produção sustentável e uso racional do solo, que podem refletir diretamente na diminuição de queimadas nas propriedades rurais.

Dentre as ações desenvolvidas, existe o Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura – Plano ABC, que tem projetos como o Plantio Direto. “A técnica estimula o uso do adubo natural utilizando a palha decomposta de plantios anteriores, diminuindo o uso de insumos químicos e por consequência, impedindo o uso da queimada para a limpeza da área para o próximo plantio”, comenta o secretário executivo da Agricultura e Pecuária, Ruiter Padua.

Outro projeto é o de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta que promove a recuperação de áreas de pastagens que já estão degradadas e agrega diferentes sistemas produtivos como plantio de grãos, produção de leite, carne, agroenergia entre outros. “Quando o agricultor intensifica o uso do solo, os volumes financeiros também passam a ser maiores”, explica o assessor da Seagro Corombert Leão, acrescentando que a renda nas propriedades rurais é complementada com a diversificação de culturas. “Por exemplo, em propriedades onde cultivam florestas como a seringueira e o eucalipto, e ainda trabalham com fruticultura e criação de abelhas, o agricultor terá mais renda e será um preventor do fogo”.

Prejuízos

Segundo Leão, a cultura de aplicar o fogo ainda é utilizada como forma de limpeza de pastos e áreas não agricultáveis. “Quanto maior a falta de informação, maior é o uso do fogo como ferramenta de limpeza nas propriedades”, enfatizou.

Dentre os pontos negativos da utilização do fogo, está a perda de fertilidade orgânica. “A matéria verde e toda a micro fauna e flora que é queimada viraria adubo. Então toda a composição rasa do solo fica comprometida com essa perda de elementos naturais. Além disso, a falta de cobertura vegetal prejudica a infiltração da água durante as chuvas e deixa de existir naquele espaço as reservas de água, que se formariam com a perenização”, explica Leão.

Além do empobrecimento do solo, a queimada pode se alastrar sem controle e prejudicar centenas de produtores vizinhos. Dona Rosanja Gonçalves produz mandioca, arroz, milho dentre outras culturas para o uso da família no Assentamento Bom Jesus, localizado a 100 km do município de Santa Rosa. A agricultora disse que sofreu com as chamas no ano passado. “Perdemos boa parte da produção de milho com o fogo que se alastrou pela plantação. Não sei de onde veio, mas soube que não foi ninguém do Assentamento, porque nós não fazemos queimada”, declarou. (AscomSeagro)