O Centro da Memória da Eletricidade no Brasil acompanha as transformações no setor de energia elétrica, registrando e promovendo a preservação da memória e evidenciando a sua importância para a história contemporânea do País. O trabalho de pesquisa recente dá luz às regiões Centro-Oeste e Norte, com a obra O rio Tocantins no olhar dos viajantes - paisagem, território, energia elétrica. A publicação resgata o desenvolvimento das quatro cidades que o rio atravessa – Goiás, Tocantins, Maranhão e Pará – e que fundamentaram a construção das atuais sete hidrelétricas, com 12 mil megawatts instalados.
A publicação relata que a origem do nome do rio Tocantins, ao que tudo indica, é em referência a uma tribo indígena moradora de suas margens, da qual não se conservam registros. A origem quase misteriosa do nome combina com as lendas criadas a respeito de uma lagoa dourada, epicentro de terras encantadas cobertas de ouro, um sonho que levou homens de diversos cantos do mundo a se embrenharem nos sertões, desbravarem rios e descobrirem o Brasil para além do litoral. Embora o Tocantins não tenha se revelado como um eldorado, o rio descerrou aos navegantes distintas riquezas naturais.
“Colocar em perspectiva as interferências humanas no vale de um rio e seus desdobramentos constitui um excelente exercício para compreender o mundo no qual nos movemos e atuar com responsabilidade”, afirma Mario Fernando de Melo Santos, presidente do Centro de Memória da Eletricidade no Brasil.
Dividido em oito capítulos, o livro desbrava todo o mistério deste rio, cuja foz fica na baía de Marapatá, perto de Belém do Pará, e que em boa parte do seu trajeto apresenta perigosas corredeiras, inúmeras cachoeiras e trechos pedregosos, até desembocar num curso manso em seu trecho final. Suas águas correm do Sul para o Norte, atravessando dois dos mais importantes biomas do Brasil, a floresta amazônica e o cerrado. A narrativa conta com o olhar de diferentes pessoas que por ali passaram, como religiosos, bandeirantes, missionários e expedicionários, além de registros iconográficos e documentos primários, em um mergulho entre os anos de 1500 até 2013.
Sobre o Centro da Memória da Eletricidade no Brasil (CMEB)
Sediado no Rio de Janeiro, o Centro da Memória da Eletricidade no Brasil é uma instituição cultural sem fins lucrativos, criada em outubro de 1986 por iniciativa da Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobras). Ao longo de quase três décadas de atuação, o CMEB vem desenvolvendo ações de preservação de memória de forma continuada. Sua atuação, no âmbito do setor de energia elétrica, é dirigida em especial aos agentes responsáveis pela geração, transmissão, comercialização e distribuição de energia elétrica no país. Nos últimos anos, o setor foi palco de muitas redefinições em seu modus operandi, em função das quais passou a abrigar empreendedores de origens variadas (públicos, privados, brasileiros, estrangeiros, antigos e novos), formando parcerias com múltiplas composições para desenvolver aproveitamentos hidrelétricos.