Estudantes e professores da Universidade Federal do Tocantins (UFT) foram recebidos com festa no último domingo (20) na comunidade Cachoeira, da etnia krahô, no interior do município de Itacajá. O dia marcou o início das atividades do Projeto Dialógico de Acesso e Permanência das Comunidades Indígenas e Quilombolas na Universidade (Padiq). O projeto de extensão é vinculado ao Programa de Acesso Democrático à Universidade e Acompanhamento Pedagógico (Padu), desenvolvido desde 2010 pela UFT.
Além disso, desde quarta-feira (23), até esta sexta-feira (25), as atividades do Padiq ocorrem na escola da Fundação Bradesco no interior do município de Formoso do Araguaia com indígenas karajás e javaés de comunidades da Ilha do Bananal.
O objetivo é aproximar as comunidades da Universidade, proporcionando aos quilombolas e indígenas concluintes do Ensino Médio uma articulação de saberes com recursos didáticos alternativos, mais próximos da realidade das populações tradicionais tocantinenses, para o aprendizado dos conteúdos abordados nas provas de processos seletivos como o vestibular e o Enem.
"Sempre tive vontade de fazer uma faculdade e acho que esta pode ser uma boa oportunidade" comentou o morador da comunidade Cachoeira, Paulo Cadente, que terminou o Ensino Médio em 2011 e pretende retomar os estudos.
Técnicas de redação estão entre os conteúdos trabalhados nos módulos do projeto, sempre com uma abordagem dialógica e contextualizada com questões históricas, políticas e sociais que envolvem as comunidades tradicionais.
A equipe de trabalho do Padiq conta com quatro estudantes da UFT bolsistas, que atuam como monitores, além de professores e técnicos-administrativos. Com foco no vestibular da UFT que ocorre em agosto e na prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) marcada para novembro, estão previstos encontros em Palmas nos dias 2 e 3, 9 e 10 e agosto para quilombolas, e outros momentos de aprendizagem no interior, com cronograma a ser definido.
"Como é um projeto piloto, estamos definindo as atividades de acordo com o diagnóstico que fazemos e o retorno que vamos recebendo das comunidades", explica o servidor da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex) e "padrinho" do projeto, Leonardo Peris, que atua no apoio técnico-operacional do Padiq. (Ascom UFT)