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Campo

Foto: Jodevaldo Pereira

De acordo com dados da ONU – Organização das Nações Unidades os municípios do Bico do Papagaio, extremo norte do Tocantins, estão entre os que apresentam os menores IDH - Índices de Desenvolvimento do Estado. A população da região sobrevive da agricultura familiar e principalmente da pesca artesanal.

Para contribuir com a melhoria dessa realidade a Sedecti – Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação em parceria com a Finep – Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, desenvolve o Redepeixe, um subprojeto do Projeto Tecnologias Sociais, que visa fortalecer a cadeia produtiva do peixe na região. Instituições de pesquisa também fazem parte do projeto.

A pesquisa teve início em 2012 e é coordenada pelo pesquisador e professor do curso de Engenharia de Alimentos da UFT – Universidade Federal do Tocantins, Pedro Ismael Mujica. Cerca de 20 pessoas entre pesquisadores, técnicos e estudantes bolsistas da universidade estão envolvidas no projeto. Ao menos mil trabalhadores das colônias de pescadores nos municípios de Tocantinópolis, São Miguel do Tocantins, Praia Norte, Itaguatins e Sampaio são atendidos.

O projeto está investindo recursos no valor quase R$ 800 mil sendo mais de R$ 200 mil por meio de bolsas para estudantes e pesquisadores. Foram realizadas várias capacitações sobre boas práticas na fabricação do pescado, manipulação e beneficiamento do peixe e armazenamento e comercialização do produto. Os pescadores também receberam orientações sobre associativismo, economia solidária, gestão ambiental, cooperativismo e como agregar valor ao pescado.

Agregar valor

O pescador, Valmir Alves Santana de Tocantinópolis aprendeu, com os pais, a desenvolver a pesca artesanal e conta que o projeto Redepeixe está contribuindo para valorizar o produto local. “Antes a gente só pescava o peixe a vendia muito barato para os atravessadores, agora nós aprendemos novas técnicas de manejos, eu também aprendi a embalar o produto corretamente, fazer o filé e até aproveitar as vísceras para produzir a ração para alimentar outros peixes,” relata Santana que hoje sustenta a família exclusivamente com a renda da pesca.

Lucimar Pereira de Souza, de Itaguatins, já trabalhava como pescadora há 11 anos e, depois de participar das capacitações de projeto Redepeixe, decidiu montar uma barraca na praia da cidade. “Os cursos me ajudaram muito porque eu pude aprender todos os cuidados de higiene que a gente deve ter no manuseio do peixe, a preparar diversos pratos a partir do pescado e já estou comercializando aqui na minha barraca na praia. Com isso e consegui aumentar a minha renda em até 50%.”

A pesquisa

Segundo o pesquisador, que é doutor em tecnologias de alimentos, Pedro Ismael Mujica a pesquisa deve ser concluída em maio de 2015 e agora está na fase de capacitação técnica e prática. “Nossa proposta é contribuir para melhoria de vida da população ribeirinha da região, que sobrevive da pesca artesanal”, explica o coordenador do projeto.

Na primeira parte da pesquisa foi realizado um levantamento do perfil socioeconômico dos pescadores. O estudo mostrou que esses trabalhadores possuem pouca escolaridade, e baixa renda familiar e que a maioria sobrevive basicamente da pesca artesanal. O diagnóstico apontou que cerca de mil pescadores são beneficiados nas cinco colônias contempladas pelo projeto. Cada colônia produz em média duas toneladas de pescado por mês.

Tecnologias Sociais

O Projeto Tecnologias para o Desenvolvimento Social tem como principal objetivo, contribuir para o fortalecimento das cadeias produtivas dos empreendimentos econômicos e solidários nas regiões que apresentam os menores IDH – Índice de Desenvolvimento Humano do Tocantins.

Além do Redepeixe, o Tecnologias Sociais também contempla  os subprojetos: Jalamel, na região do Jalapão, Gestleite e Formrede  nas cidades da região Sudeste que promovem desenvolvimento de cadeias produtivas em 21 municípios do interior do Estado. Ao todo estão sendo investidos no projeto recursos no valor de aproximadamente R$ 2.500.000,00.

Parceiros

A Sedecti tem como parceiros no Projeto Tecnologias Sociais, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação por meio da Finep – Financiadora de Estudos e Projetos, a UFT – Universidade Federal do Tocantins, Centro Universitário Unirg, Unitins – Fundação Universidade do Tocantins; e IFTO – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins.