O Seminário de Mulheres Trabalhadoras do Tocantins realizado no sábado, 13, no auditório do Sintet em Palmas, definiu como pauta prioritária do movimento para 2015 a reivindicação junto ao governo estadual da aplicação de recursos em políticas públicas para as mulheres e a criação da Secretaria Estadual da Mulher. O encontro também aprovou moção de repúdio às declarações do Dep. Jair Bolsonaro quando afirmou que a deputada Maria do Rosário “Não merece ser estuprada”, manifestação considerada machista e de incitação a violência contra a mulher.
Durante o evento a deputada estadual e secretária de mulheres do PT, Amália Santana, falou sobre a importância da união como instrumento para fortalecer o movimento de mulheres e promover as conquistas sociais reivindicadas no Tocantins. “Alocar recursos para o desenvolvimento de políticas públicas para as mulheres no orçamento é permitir que uma sociedade diferente, com equidade, comece a ser construída no Tocantins” defendeu a Deputada Santana.
O seminário foi organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT-TO) em parceria com a Secretaria Estadual de Mulheres do PT.
Paridade entre homens e mulheres
O encontro ainda contou com a participação da Secretária Nacional de Mulheres da CUT, Rosani Silva, que abordou o tema da paridade nas direções dos sindicatos como forma de promover maior equidade entre homens e mulheres nas instâncias sindicais e no PT. “Os sindicatos e o partido precisam rever sua forma de fazer política, para que a paridade seja uma forma de inclusão das mulheres, que em geral, ainda são responsáveis pelo cuidado com a família e deixam de participar de espaços de militância em razão das suas responsabilidades domésticas” argumenta Silva.
Políticas Públicas para as mulheres e seus desafios
Para garantir políticas públicas efetivas para as mulheres é essencial que estas deixem de ser apenas ações de governo e tornem-se políticas de estado. Este foi o tema apresentado pela Secretária Estadual de Formação do PT, Gleidy Braga, que também falou sobre a relevância de criar uma Secretaria Estadual da Mulher, fortalecer o movimento social e os conselhos das mulheres para efetivar de forma concreta políticas específicas para este segmento. “Sem pressão social não há políticas públicas, principalmente para as mulheres” afirma Braga.
Mulheres do Campo
O movimento de mulheres do campo tem como principal desafio romper com a invisibilidade deste segmento perante o poder público. A assessora da FETAET, Rute Caetano, problematiza a necessidade de investimento em diversas áreas no campo – saúde, educação, produção e comercialização de produtos – para manter as mulheres e jovens na zona rural. “A mulher, à medida que vem tendo sua autonomia, vai tendo desafios que dependem dela (para serem superados) e de ser grande propulsora dessa transformação e do fortalecimento da agricultura familiar” finaliza Caetano.