Na manhã desta segunda-feira, 22, a Polícia Militar de Augustinópolis-TO, cumpriu mandado de reintegração de posse de parte da área do Projeto Sampaio ocupada pelas famílias do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra do acampamento Carlos Mariguela no último dia 3 de dezembro. O Projeto Sampaio localiza-se no município de São Sebastião do Tocantins e é uma obra tocada pelo Governo Estado com recursos do Governo Federal. Atualmente o projeto encontra-se parado mesmo após visita do secretário nacional de Irrigação que, na oportunidade, cobrou providências do Governo do Estado.
A ação de reintegração de posse foi movida pela Procuradoria do Estado e o juiz substituto da Comarca de Augustinópolis, Jerfesson David Asevedo Ramos, concedeu o mandado de reintegração de posse.
Para o MST, mais uma vez a justiça se coloca a serviço dos latifundiários sejam da iniciativa privada ou do Estado. “O lamentável é que a justiça para cumprir a referida ação, procura agir de forma irregular considerando fotos e episódios, totalmente isolados que não condiz com essa ação realizada pelo MST atualmente, ou seja, utilizando nomes de pessoas, fatos acorridos anteriormente em localidades diferentes, como forma de distorcer fatos e informações com vistas criminalizar o MST e outros movimentos sociais que fazem lutas sérias e legitimas”, afirma o movimento por meio de nota.
O MST afirma que a ocupação se constituiu no primeiro ato realizado pelo movimento no Projeto Sampaio ao longo dos seus 17 anos que atua no Estado. “Quando a justiça e as forças de segurança agem dessa forma – imputando atos e ações realizada por grupo escuso como sendo o MST, entendemos que estão querendo mesmo é criminalizar não só o MST, mas as lutas sociais séria e legitimas organizadas e realizadas pelos movimentos sociais do campo e da cidade”, diz a nota.
O MST afirma ainda que além de recorrer dessa decisão, vai denunciar todo e qualquer tipo de arbitrariedades provocada contra os sem terra e ao mesmo tempo, continuar lutando incansavelmente para garantir o direito de acesso e posse à terra aos camponeses sem terra, seja da região do Bico do Papagaio ou em outras regiões do Estado.
O movimento ainda salienta que a forma de comportamento da Justiça, das forças de segurança do Estado e dos latifundiários na região do Bico do Papagaio é algo que começou com assassinado Padre Josimo Tavares (maio de 1986) num período em que o Brasil vivia momentos de mudanças políticas e econômicas. “Onde a luta social se encontrava diante de forte tensão e conflito por parte de fazendeiros e trabalhadores rurais que tinham na igreja (Comissão Pastoral da Terra), nos sindicatos e nos novos movimentos sociais do campo esperança em ver terra partilhada para todos e todas”, conclui.