O secretário de Saúde da Prefeitura de Palmas, Luiz Carlos Alves Teixeira e o prefeito da Capital, Carlos Amastha (PP), compareceram em audiência pública da Câmara de Palmas na manhã desta quarta-feira, 4, para apresentação de relatório com a prestação de contas da Saúde da Capital. O defensor público Arthur Luiz Pádua Marques e a promotora de Justiça, Maria Roseli Almeida Pery também participaram da audiência.
Inicialmente a audiência estava agendada desde o dia 9 de fevereiro com previsão para acontecer na última quinta-feira, 26, porém, o secretário de Saúde não compareceu, o que acarretou em várias críticas pelos parlamentares. Luiz Carlos Teixeira havia alegado, por meio de ofício, não poder comparecer devido o prefeito Amastha não estar em Palmas. Tanto o secretário quanto o prefeito Amastha justificaram-se nesta quarta-feira. Amastha disse que era de suma importância estar presente.
Apresentando o relatório da gestão SUS, o secretário disse que a Saúde da Capital enfrentou muitas dificuldades no início da gestão por não ser informatizada para realização de um trabalho mais efetivo na área. O secretário falou sobre um projeto de sistema informatizado que está sendo implantado. “Não tínhamos controle de absolutamente nada, o pouquíssimo que se tinha era de maneira manual. Hoje estamos implantando esse sistema (de gestão). Estamos ligando todas as receitas a esse sistema com o objetivo de erradicar o papel”, afirmou. Outros projetos também fora informados e o secretário mostrou dados de investimentos.
Teixeira foi incisivo ao salientar o não uso pessoal de apadrinhados políticos. “Eu não faço, não tenho nenhum indicado dentro da Secretaria, eu não tenho ninguém que eu com gratificação faça isso ou aquilo. Não uso carro do município que tenho direito de usar, não uso telefone, não viajo com dinheiro do município”, salientou. Sobre a algumas críticas dos vereadores que dizem não serem bem atendidos pelo secretário, Teixeira pediu desculpas. “Nós precisamos atender melhor, ser mais humanos”, disse. O presidente da Câmara de Palmas, Rogério Freitas, reforçou a não indicação de servidores. "Essa casa não faz indicações políticas na Secretaria de Saúde. Quero deixar isso claro para não parecer que há uma conivência entre os poderes", disse o presidente.
Combate às Drogas
O defensor público Arthur Luiz Pádua Marques questionou o atendimento aos usuários de drogas por meio da saúde pública. “Falta equipes. O Caps (Centro de Atenção Psicossocial) não funciona sozinho. o grande problema que a gente enxerga na política é essa. Tem mais de ano que o prefeito se comprometeu ao projeto Crack é Possível Vencer. Enquanto não tivemos uma rede formada realmente, a demanda não vai parar e não vamos conseguir acolher no momento de desespero. Temos observado dia a dia a violência aumentar. Quando eu entrei na Defensoria em 2008 eu não convivia muito com isso e hoje eu convivo toda hora. Nossa política de álcool e drogas está sendo negativa ao ponto de desconstruir. O defensor teceu outros questionamentos e cobranças. A promotora Maria Roseli também cobrou transparência e questionou outros pontos.
Críticas à gestão anterior
O prefeito de Palmas aproveitou a audiência para fazer críticas a gestão anterior. “Nunca ocupei o tempo da gestão para falar mal da gestão anterior, mas quando assumi e fui procurar o computador do gabinete não tinha computador. A primeira coisa que pensei é que alguém roubou o computador e a secretária me disse que nunca tinha computador, que nunca teve internet. A gente partiu com um atraso violento. Na verdade não existia administração pública”, disse.
Amastha ainda falou de um projeto que ainda aguarda votação na Câmara referente a meritocracia aos funcionários da Capital. Segundo o prefeito, caso aprovado na Casa de Leis, os funcionários receberão retroativos a partir do dia 1° de janeiro deste ano.
O prefeito ainda rebateu as afirmações do defensor público quanto às políticas contra as drogas. O prefeito disse que as policias devem ser mais atuantes no processo. “Do que a gente adianta falar em Caps se tem tantas bocas de fumo em Palmas, tem tantos pontos de drogas. Se não tem traficante obviamente não vai ter droga para a nossa juventude”, salientou. Amastha ainda falou de investimentos no esporte o que acarreta, segundo ele, em menos jovens envolvidos nas drogas.