Em reunião na tarde desta terça-feira, 24, o comando de greve da Polícia Civil decidiu intensificar as ações do movimento paredista, iniciado em 25 de fevereiro. Segundo o Sindicato dos Policiais Civis do Tocantins (Sinpol), o encontro mostrou a união do comando e contou com os setores da corporação. "Ficou claro que a adesão à greve segue em 100%", informou.
“Desde o início, estávamos preparados para uma greve longa. Com a união do nosso comando e o nosso trabalho, está claro que não vamos desistir de lutar para restabelecer nossa conquista histórica arrancada por um decreto”, destacou o presidente do Sinpol, Moisemar Marinho.
Entre as ações para intensificar o movimento, o comando de greve decidiu protocolar um novo pedido de audiência com o governador Marcelo Miranda, intensificar a mobilização nas delegacias e o esclarecimento à sociedade. “Vamos mostrar a sociedade os números verdadeiros desse movimento, as nossas garantias legais e provar que o Estado tem dinheiro para cumprir a lei que nos beneficia”, disse o presidente.
Politização
Moisemar rechaçou as insinuações - que estariam partindo de aliados do governo -, de que a greve tem motivações politicas. “Procuramos a Igreja, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ministério Publico, Defensoria, Tribunal de Justiça, buscando apoio e esclarecendo sobre a greve. Não há influências politicas na nossa greve. Há oito anos estamos nesta luta e o Sindicato se preparou para esta greve. Mas se o Governo quiser politizar, estamos preparados para fazer um grande debate político sobre a segurança pública e a segurança jurídica neste Estado”, garantiu o presidente.
Retaliações
Segundo o Sinpol, "para retaliar e minar o movimento, o governo do Estado está ameaçando cortar o ponto dos grevistas. Diferentemente do que diz à imprensa e à sociedade, o corte do ponto não foi determinado pela Justiça. O que há é uma decisão provisória que, a pedido do próprio governo, autorizaria a administração estadual efetuar tal medida. Assim, a opção de cortar, ou não, o ponto dos policiais é única e exclusivamente do governo", posicionou o Sinpol,.
'Lembro que o mérito da ação sequer foi analisado pela Justiça e o nosso sindicato está tomando todas as medidas judiciais para proteger os policiais”, destacou o presidente Moisemar Marinho, ao lembrar que nas negociações e nos finais das greves esse é um dos primeiros temas a serem debatidos em acordos entre as partes.
O presidente reforçou ainda a necessidade de todos os policiais continuarem firme no movimento para que a conquista arrancada por decreto seja restabelecida. “Somos um sindicato responsável e os policiais sabem que jamais vamos abandoná-los. A hora de seguir firme na luta é agora e por isso não cederemos a pressões e ameaças”, destacou Moisemar, ao detalhar que a categoria sempre segue aberta ao diálogo e espera uma proposta concreta do governo para que o impasse seja solucionado.
Desembargadora mantém decisão de multa
A desembargadora Maysa Vendramini Rosal após análise da contestação do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) na Ação Declaratória de Ilegalidade (ADI) que pede o fim da greve manteve a decisão de multa diária de R$ 100 mil para a entidade e ainda do corte de ponto dos grevistas.
A contestação do sindicato foi protocolada no processo no dia 19 onde a entidade pede que seja reconsiderada a multa bem como o corte de pontos. A multa vai correr até o limite máximo estabelecido pela desembargadora de R$ 2 milhões.