Os Sindicatos de categorias de servidores mesmo em fase de negociação e reuniões com representantes do governo estão fazendo uma mobilização em cadeia para pressionar a atual gestão a pagar benefícios que foram concedidos na gestão passada. O Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Tocantins – Sintras divulgou comunicado à população, inclusive através de inserção da TV, comunicando que os servidores da área, em especial os enfermeiros, vão parar na segunda-feira, 30. A entidade fará 24 horas de paralisação no mesmo dia em que serão recebidos pelo governo às 10 da manhã para continuar dialogando sobre o assunto.
Procurado pelo Conexão Tocantins o Sindicato informou que são vão funcionar os serviços de urgência e emergência e que o efetivo total de trabalhadores da área, cerca de 11 mil, só retornarão á normalidade a partir das 7 horas da terça-feira, 31. No comunicado o Sindicato chega a informar que os serviços serão “precários” no dia 30. A ameaça da categoria ainda é entrar em estado de greve a partir do dia 6. "Durante a greve os serviços serão prestados de maneira precária", disse.
O Sindicato fará a paralisação mesmo com negociação em andamento por parte do governo e inclusive com proposta para pagamento do retroativo das progressões. No entanto o Sindicato quer o pagamento das progressões já a partir da folha de abril.
Sisepe também
O Sindicato dos Servidores Públicos- Sisepe, comandado por Cleiton Pinheiro, fará Assembleia Geral neste sábado para prestação de contas da entidade porém também convocou a categoria para deliberar sobre indicativo de greve. O governo apresentou proposta para o pagamento de todos os retroativos das progressões de 2014 em até oito parcelas para quem ganha até quatro salários mínimos que começariam a ser pagas em abril, com efeito financeiro a partir de maio. Pinheiro afirmou ao Conexão Tocantins que mais de 5 mil servidores da área estão prejudicados com relação ás progressões. “A greve é o extremo. Não era nem necessário fazer isso porque é um direito”, disse.
Líder pede bom senso
O líder do governo, deputado Paulo Mourão tem sido o principal interlocutor político entre entidades e governo. Ele reafirmou que o diálogo está acontecendo a todo o momento e o que faltam são as condições financeiras para pagar tais benefícios. Conforme o líder, somando as categorias da saúde, polícia civil, quadro geral o impacto é de R$ 87 milhões só de benefícios para categorias de servidores. “ Não há nenhum estado da federação com uma situação financeira igual a do Estado, o governo é democrático mas nos falta o financeiro”, chegou a afirmar Mourão.
Nesta sexta-feira o parlamentar disse que o Estado tem os efeitos financeiros de R$ 71 milhões que foram colocados a partir deste ano deste valor R$ 49 mil são da saúde, R$ 5 mi da Educação, R$ 4 mi da polícia civil e R$ 5 mi do Quadro Geral só de promoções. “Temos que reconhecer os direitos adquiridos, os sindicatos tem direito à legítima pressão e o governador Marcelo Miranda não deixa de reconhecer isso, o governo tem tido boa vontade acontece que tem um ponto grave: como foi mau gerido destruíram a capacidade financeira do Estado e deixaram em situação de falência”, disse.
Mourão fez um apelo aos Sindicatos: “Peço compreensão dos sindicatos para reconhecer a falência do Estado, não tem o financeiro , não temos possibilidade de um curto espaço de tempo isso mas o Estado apresentou as possibilidades, a diferença é que esse governo tem sido realista. Faço um apelo ao bom senso “, disse.
Greve da Polícia Civil
O movimento começou com a Polícia Civil que há um mês está de greve e paralisou os serviços em todas as unidades porém segundo informou a Secretaria Estadual de Segurança Pública mais de 600 servidores já comunicaram que vão retornar ao trabalho e os serviços começam a ser retomados. Decisão do Tribunal de Justiça já considerou a greve ilegal, o Sinpol recorreu porém ainda assim a desembargadora Maysa Vendramini manteve a decisão e aumentou a multa diária para o Sindicato de R$ 50 para R$ 100 mil.