O debate sobre Direitos Humanos ganhou características diferenciadas na manhã desta sexta-feira, 17, durante encontro realizado pela Caravana da Anistia em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), na Assembleia Legislativa em Palmas. Na ocasião gestores, membros do Ministério da Justiça e estudantes, promoveram uma discussão sobre o resgate da memória e das lutas pela redemocratização do país e lançaram uma cartilha que retrata o período da ditadura militar, com destaque aos 43 anos da Guerrilha do Araguaia, na região de Xambioá, norte do Tocantins.
De acordo com o secretário de Estado da Educação, Adão Francisco de Oliveira, a Seduc, desenvolveu durante toda semana várias ações para promover o fortalecimento de políticas publicas educacionais através de um contexto histórico e de justiça social. Entre elas, foram realizadas oficinas pedagógicas nas escolas da rede estadual em Palmas. “É necessário manter ações como esta em nossas escolas e conscientizar os estudantes, bem como, a sociedade sobre a importância do tema. A falta de debate neste assunto faz com que ainda aconteçam casos de impunidade e injustiça em nosso país”, reforçou.
O presidente da Comissão da Anistia e secretário executivo do Instituto de Políticas Públicas e Direitos Humanos do Mercosul, Paulo Abrão, destacou que é preciso envolver toda sociedade na defesa dos direitos humanos para evitar um retrocesso. “Não podemos esquecer de que luta que os opositores travaram contra a ditadura militar foi uma luta justa e necessária. Cada vez mais, a vocação pedagógica das Caravanas da Anistia deve ser estimulada para que os jovens conheçam os erros do passado e valorizem mais a democracia”, afirmou.
Comissão
Criada em 2001 para reparar as vítimas de atos de violações de direitos humanos cometidas entre 1946 e 1988 e promover políticas de memória, a Comissão de Anistia é órgão do Estado brasileiro vinculada administrativamente ao Ministério da Justiça, sendo composta por 25 conselheiros, em sua maioria agentes da sociedade civil ou professores universitários. Até janeiro de 2015, ela já recebeu mais de 74 mil pedidos de anistia, declarando mais de 43 mil pessoas anistiadas políticas, com ou sem reparação econômica. (Ascom Seduc)