Segundo informou a Secretaria Estadual da Saúde, 26 novos
pacientes tiveram a primeira consulta com médico oncologista clínico e
já iniciaram os exames complementares de mapeamento para realização das
sessões de radioterapia na cidade de Araguaína, onde o serviço voltou a
funcionar. A expectativa é que somente nesta primeira semana 110
pacientes recebam atendimento.
Já na cidade para continuar o tratamento, o morador de Palmas, João
Martins de Arruda, de 82 anos, luta contra um câncer de próstata há mais
de um ano e conta que já passou pelo processo de quimioterapia e
cirurgia.
Seu João relata que ficou muito triste quando soube que havia a
possibilidade de ir a Goiânia (GO), para onde os pacientes estavam sendo
deslocados, para continuar o tratamento. “Foi um abalo, porque só de
pensar que não temos nenhum conhecido lá e de ser mais longe de casa, já
era motivo de preocupação na minha cabeça”, contou.
A filha do paciente, Maria Dilma, que o acompanha no tratamento em
Araguaína, destacou que, agora, o sentimento é de mais esperança. “Meu
pai vai fazer as sessões em Araguaína, mais perto de casa, e vai ser
curado, porque nós temos fé. Até agora, a equipe que trabalha aqui tem
nos passado muita confiança disso”, reforçou.
Agilidade
O médico radioncologista da unidade, Olamir Rossini Júnior, destacou que
uma das grandes vantagens que os pacientes terão, é a agilidade na
realização das sessões. “Por termos uma máquina mais moderna e mais
precisa no campo de atuação, o processo é mais rápido. Uma sessão que
antes durava cerca de 25 minutos, por conta do manuseio do equipamento e
do próprio paciente, agora dura em torno de 12 minutos, quase metade do
tempo”, informou.
Os serviços de radioterapia serão oferecidos pelo Instituto Oncológico
Ltda pelo período de 12 meses. Nesse prazo, o Estado realizará licitação
para oferta definitiva dos serviços de tratamento oncológico em
Araguaína.
“Desde que soubemos desse problema vínhamos tentando solução para
aliviar o sofrimento dessas pessoas que tinham que se deslocar do
Estado, ficar longe da família, para terem o tratamento. Agora, isso
acabou. Vamos oferecer o tratamento no Tocantins e também realizar a
licitação para oferta definitiva dos serviços de tratamento oncológico”,
explicou o secretário.
Economia
Com o serviço sendo oferecido em Araguaína, além de dar melhores
condições de tratamento aos pacientes, que vão poder tratar a doença
perto de familiares, o Estado também vai economizar.
Com a contratualização dos serviços de radioterapia do Centro Brasileiro
de Radioterapia, Oncologia e Mastologia (Cebrom), em Goiânia, para onde
os pacientes estavam sendo levados para tratamento, custo mensal era de
R$ 377,7 mil, pagos ao Cebrom; R$ 148,5 mil pagos pelo transporte,
alimentação e hotelaria (Casa de Apoio IASSGO) e R$ 344 mil para o
Serviço de Internação de Suporte Terapêutico – Santa Casa de Goiânia.
Somente nos meses de dezembro de 2014 e janeiro de 2015 foram gastos R$
675.179,76 para garantir a continuidade do tratamento dos pacientes que
necessitavam de sessões de radioterapia.
No Tocantins, os pacientes têm suporte para o tratamento de câncer em
duas Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon):
uma em Palmas, localizada no Hospital Geral, e outra em Araguaína, no
Hospital Regional que atende também pacientes do sul do Pará e do
Maranhão.