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Palmas

O Conexão Tocantins entrevistou na manhã desta segunda-feira, 18, o presidente da Associação Comunitária dos Moradores da Aureny III, Raimundo Carlos Pereira da Silva. Em entrevista ele elencou os principais problemas e avaliou a atual gestão de Palmas. O bairro é um dos mais populosos da Capital e a entrevista vem ao encontro do aniversário de Palmas que acontece no próximo dia 20.

Segundo Raimundo Carlos, o bairro caminha para ser uma potência econômica. “Hoje se torna um dos maiores bairros da capital, eu acredito hoje que é um dos bairros mais bem estruturados até de serviços [...] Acredito que no Aureny III se nós continuarmos caminhando e se a gestão, se os projetos que foram colocados forem mantidos, seremos com certeza uma das maiores potências econômicas da nossa região”, afirmou.

Confira abaixo a entrevista na íntegra.

Conexão Tocantins - Presidente. O senhor reside no Aureny há quanto tempo?

Raimundo Carlos – Desde abril de 96.

CT- O senhor poderia nos contar um pouco de como surgiu o bairro?

RC – Na verdade o bairro surgiu quando surgiu a maioria dos bairros na região sul. As comunidades que vinham da região do nordeste, Maranhão, Piauí, Bahia, vinham e geralmente não se instalavam nas regiões que é o plano diretor e se encaminhavam para as regiões hoje chamadas os Aurenys, aí começou essas comunidades Aureny I, II e III. A primeira dama, na época, a esposa do governador por ser uma mulher solidária e dar apoio a comunidade, deram o nome do bairro de Aureny, homenagem a ela. No começo as pessoas entravam e dividiam os lotes. Começaram a entrar e tomar posse daquela região e aí criou-se o bairro. E hoje se torna um dos maiores bairros da capital, eu acredito hoje que é um dos bairros mais bem estruturados até de serviços. Tornou-se uma comunidade muito crítica, com grandes líderes comunitários que sempre tiveram presentes na política tanto partidárias como comunitárias da nossa Capital.

CT - Quantos moradores residem atualmente no Aureny?

RC- Hoje com precisão não, porque o Aureny se subdividiu em vários bairros. Nós temos hoje ligados a União Sul, nós temos o Lago Sul, bairros que saíram do Aureny. Eu acredito que hoje nós temos uma base de 30 a 35 mil habitantes na região.

CT- Quais são as principais carências do Aureny no ponto de vista do senhor?

RC - Hoje as principais carências do bairro na área da educação nós temos a questão das creches, construção de Cmeis na região. Outra carência é a questão do saneamento ambiental, a questão da rede de esgoto, algumas regiões ainda não tem asfalto, não tem drenagem, e trazem prejuízo ainda para a comunidade. Na área da saúde, nós estamos até bem porque nós temos dois postos de saúde, mas temos a necessidade de que os equipamentos realmente funcionem, equipamentos odontológicos, que tenha médico contínuo na comunidade que é foi uma comunidade tida como uma comunidade violenta e os até mesmo que os profissionais não querem trabalhar nessa região ainda por esse fenômeno de ser uma região violenta. A questão da segurança pública, hoje nós temos uma base de segurança comunitária, mas que na verdade não funciona como devia funcionar. Os conselhos de segurança, de saúde não recebem apoio do governo para funcionar e ajudar o fator segurança pública, mas apesar de tudo isso, essa comunidade é uma comunidade antiga que está participando desses movimentos para tentar reativar e que isso não morra e que a gente volte a ter segurança e garantia de direitos na nossa comunidade.

CT- A atual gestão tem feito algo pelo Aureny ? Que obras o senhor pode citar que já foram realizadas pela atual gestão no bairro?

RC – Quando nós assumimos a presidência em abril do ano passado, nós tivemos uma conversa como secretário dainfraestrutura e ele pediu pra gente mandar as demandas pra que ele pudesse trabalhar essas demandas. Entre essas demandas nós mandamos, a questão da rede de esgoto da parte sul do Aureny III, pedimos a reforma do Parque João do Vale, pedimos a construção de uma praça que a chamada Praça da Cidadania, pedimos que fosse instalado o Conselho Tutelar definitivo no setor, pedimos a iluminação da Avenida Araguaia, solicitamos o recapeamento 100% do setor, solicitamos que o campo de futebol há anos prometido seja construído, solicitamos a construção de mais dois Cmeis na nossa região. Esses foram alguns dos nossos pedidos, dentre esses pedidos, nós já tivemos entregue a reforma Parque que foi entregue há uns 60 dias e agora está prevista para dia 20 a entrega da Praça Cidadania, que vai ser construída a sede do Conselho Tutelar e vai ser entregue também a sede administrativa da Associação dos Moradores que nunca tivemos nesse tempo todinho uma sede e agora vai ser entregue para nós comunidade. E foi recapeada uma parte, mais ou menos umas oito ruas do setor Aureny III também. Essas foram demandas que foram solicitadas e que foram atendidas. Está sendo desenvolvido um projeto (para asfalto) que é na parte sudeste do Aureny III que não tem asfalto, uma parte muito grande, inclusive na beira do córrego Machado, está sendo feito um estudo das moradias, daquelas casas que estão em lugar de risco. Na quinta-feira passada teve uma reunião com mais de 500 pessoas e a prefeitura esteve presente e nós acreditamos que esse será um grande marco para a região. Teremos um setor 100% asfaltado e com drenagem.

CT- Então o senhor avalia a gestão como positiva?

RC- Hoje, sinceramente, eu avalio como positiva porque as ações que estão sendo colocadas estão respondendo. Eu avalio como positiva sim!

CT- Gostaria que o senhor explicasse um pouco mais como está e a questão de creches no bairro.

RC – A educação eu não posso dizer assim que é um dos grandes problemas, mas como a comunidade recebeu várias comunidades que estavam em áreas de risco, como os apartamentos, prédios, casas populares, hoje acredito que o setor Aureny III foi o setor que mais recebeu essas demandas. Nós temos duas escolas de tempo integral, sendo uma municipal e outra estadual. Nós temos três escolas municipais, nós temos dois Cmeis. Então assim, se analisarmos de uma maneira em geral, estamos bem em educação, só que é assim, nós recebemos muita demanda das Arnos de outros setores, então esse serviço ficou muito cheio. Precisava que essa demanda fosse ampliada para que pudesse atender a toda a comunidade. Mas acredito que não é um dos grandes problemas, nós temos estrutura e precisamos que a oferta seja ampliada.

CT – Como que o senhor avalia o impacto pelo BRT?

RC- Eu avalio em dois aspectos. O BRT vai pegar todas as áreas verdes nossas, onde podem ser feitos vários serviços públicos. É um impacto muito grande pra gente, até para futuros projetos da comunidade mesmo, como, cultura, esporte, e a questão da indenização que estou acompanhando e percebo que as indenizações não foram muito justas. Por permitir que os grandes empresários dessa cidade crescessem o olho, brilhassem o olho para cima da região e aumentar o valor muito alto dos lotes na região e aí quando veio a Prefeitura agora colocou a planta lá em baixo e nesse ponto avalio como negativo. Mas na questão do desenvolvimento da região, acredito que será muito positivo até para o crescimento da região, crescimento econômico, desenvolvimento sustentável e desenvolvimento humano.

CT- Qual a visão futura que o senhor tem do setor e o que o senhor espera da gestão atual?

RC – Vejo que nós temos condições promissoras realmente para crescer. Temos condições de crescer na questão cultura, econômica o setor nos últimos dez anos teve um crescimento extraordinário. Nós temos dois postos de gasolina, casa lotérica, Banco do Brasil, temos vários empreendimentos. Acredito que o Aureny III será no futuro uma das grandes potências econômicas como hoje é conhecido Taquaralto. Um região comercial fortíssima. Acredito que no Aureny III se nós continuarmos caminhando e se a gestão, se os projetos que foram colocados forem mantidos, seremos com certeza uma das maiores potências econômicas da nossa região.

CT - O que falta para o Aureny ser o setor dos sonhos?

RC – Eu acredito que hoje é a questão da segurança. Segurança por diversas culturas de pessoas da nossa região. A segurança nos deixa  ainda preocupados até mesmo na questão de investimentos na região. Então acho que se o fator segurança melhorar, com certeza teremos um Aureny dos sonhos.

 *O Especial Palmas 26 anos traz entrevistas com políticos, lideranças e pioneiros da capital.