Quando você ouve falar em açaí deve lembrar imediatamente do Pará, e isso não ocorre por acaso. Mais da metade de todo o açaí consumido no País sai do território paraense, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). A fruta amazônica já conquistou o mercado interno e rapidamente ganha admiradores fora do país. Atualmente, os Estados Unidos são o destino mais comum do produto no exterior, onde é chamado de brazilian berry. Os norteamericanos entraram na febre do produto amazônico após a apresentadora Oprah Winfrey mencionar em seu programa na TV que fazia dieta à base da super-fruta.
O que seria difícil de imaginar no passado agora é uma surpreendente realidade no município de Lagoa da Confusão, distante duzentos quilômetros da capital Palmas. Lá existe uma área com 78 hectares de cultivo de açaí e outros 100 hectares já preparados para o plantio no ano que vem. O empresário pioneiro da capital, Wilson Grison, com planos de diversificar os negócios fez uma viagem ao Pará, em julho de 2008. Voltou de lá com uma certeza. “Nós passamos onze dias pesquisando, andando em várias regiões, nas indústrias no segmento extrativista e chegamos à conclusão de que o açaí era um grande negócio”, explica.
Nos seis meses seguintes, o empresário contratou consultores com passagens pela Embrapa e firmou parcerias com a UFT e Unitins. O experimento inicial foi de sessenta mil metros quadrados na UnitinsAgro e o segundo de seis hectares em Lagoa da Confusão. Dois experimentos laboratoriais comprovaram que era possível produzir açaí em várzeas tropicais, uma fazenda foi arrendada no município. Foram desenvolvidos, a partir do zero, todas as tecnologias agrícolas utilizadas, desde as mudas, o tipo de irrigação e o sistema de cultivo. Os fortes componentes de inovação agregados ao projeto foram reconhecidos: duas propostas contempladas no edital do Programa de Apoio à Inovação Tecnológica em Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, o Tecnova. Durante sete anos, Wilson Grison vem trabalhando em silêncio, vencendo dificuldades e esperando o momento certo de revelar suas descobertas. Ele revela que era parte da estratégia manter o assunto o mais reservado possível. “Alguém poderia pegar a ideia e chegar ao mercado antes da gente. Ficamos reservados até o momento que nós pudéssemos mostrar os frutos da parte agrícola e os produtos resultantes do processo de inovação que desenvolvemos ao longo desses anos”, justifica o empresário.
Produto inovador e revolucionário
O empreendimento que envolve a cadeia produtiva do açaí no Tocantins está estruturado em três empresas da holding Grison & Cia. A Natyrëé a que está apresentando ao mercado o produto pioneiro do grupo. Trata-se de um concentrado que se destina à indústria sorveteira, como alternativa à polpa in natura. Um produto concebido para facilitar o transporte, armazenamento e manuseio na fabricação de picolés, sorvetes e derivados. Pasteurizado e esterilizado, o produto é conservado em uma embalagem especial à temperatura ambiente, podendo permanecer embalado até trinta dias. Somente isso já elimina uma série de inconvenientes no trato com a polpa, que necessita de condições específicas de refrigeração, transporte e processamento.
Batizado de Açaí SS, o produto foi apresentado este mês a cerca de dez indústrias que estavam visitaram a Feira Internacional de Tecnologia para a Indústria de Sorveteria Profissional, em São Paulo. Mais de 1.400 expositores levaram para o evento tendências, soluções em embalagens e logística, e quem teve contato com o Açaí SSficou entusiasmado e interessado em testar a novidade. O diretor-presidente da holding, Wilson Grison, afirma que o concentrado é um produto revolucionário, “com potencial de mercado pela facilidade operacional que vai permitir às indústrias”. O motivo de ter sido feita uma apresentação e não o lançamento é porque a Natyrë ainda não pode se comprometer em entregar o produto em escala industrial, mediante o indicativo de demanda que já existe no setor. A empresa tocantinense já tem contrato de representação para o mercado nacional, pelo período de cinco anos. O representante só espera o sinal verde para fechar os pedidos.
Parceiros-investidores
Esse sinal verde para a comercialização do Açaí SSestá muito próximo, basta vencer uma última etapa. A empresa necessita de capital de giro e recursos para adquirir alguns maquinários e ingredientes, e as normas excessivamente burocráticas de bancos e agentes financeiros emperram a liberação de crédito para esta fase. O grupo decidiu então abrir o negócio à participação de parceiros-investidores. A partir desta semana, serão comercializadas um total limitado de 76 cédulas de produto rural, no valor individual de 45 mil reais. A CPR nada mais é do que uma venda antecipada do produto agrícola, prática bastante utilizada no país com a soja e café, por exemplo.
A CPR do açaí será na modalidade financeira, isto é, ao final de três anos da aquisição o investidor não vai receber uma quantidade de sacas da fruta. A liquidação será em dinheiro, com expectativa de rendimento entre 15 e 30% acima da média paga pelas aplicações convencionais do sistema financeiro, pois não existem intermediários. Não existem taxas e ganhos de bancos, por exemplo, esses custos são revertidos ao parceiro-investidor. É um título extremamente seguro e uma operação amparada sob a legislação federal, tendo à frente o profissional Marcos Guizzo, qualificado e certificado junto à pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA). Como gosta de dizer Wilson Grison, o parceiro-investidor torna-se sócio do negócio, não da empresa. Vale ressaltar outra importante inovação: nunca houve emissão de CPR para o açaí, será a primeira.
O valor da CPR poderá ser pago em até nove parcelas, permitindo a quem dispor de pelo menos cinco mil reais por mês, fazer parte do negócio. Para quem busca rentabilidade maior que opções como a poupança e foge de investimentos de risco, como a bolsa de valores, esta é uma grande oportunidade. A garantia dada ao comprador da CPR é tripla: o penhor da safra, a real capacidade da controladora da Natyrë em honrar o compromisso financeiro e a hipoteca de imóveis em Palmas. Não há a menor possibilidade de perdas ao parceiro-investidor, diferentemente de armadilhas do passado que tantos prejuízos já deram aos tocantinenses, como por exemplo a Avestruz Máster. Nos casos de pirâmide financeira, o que a sustenta é a quantidade de novas pessoas que vão entrando, quanto mais gente maior é o problema no final, alguém vai pagar a conta. Com a CPR do açaí, o número é limitado a 76 títulos, proporcional à quantidade do produto disponível até o fim do período. Outro aspecto é se juntar a uma iniciativa inovadora, que vai ganhar o Brasil e o mundo. Esta será a hora de todos ganharem, de partilhar os frutos e os lucros.
Ficou interessado em saber mais sobre como o Tocantins entrou no mapa do plantio e produção de açaí no Brasil, e como uma empresa genuinamente tocantinense criou um produto inovador no mercado? Convidamos para comparecer nesta terça-feira, dia 23, às 20h30, no auditório da OCB/TO, que fica na avenida JK, quadra 110 Norte, estacionamento ao lado da 'Sorveteria Pinguim'. Faremos também uma apresentação sobre a CPR a potenciais investidores, convidados e imprensa. Teremos uma deliciosa degustação de açaí ao final do encontro.