Parentes de pacientes portadores de Fibrose Cística voltaram a procurar atendimento na Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE) para relatar que apesar da informação divulgada pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) de que o atendimento estaria ocorrendo normalmente no Hospital Infantil de Palmas (HIP), tal fato não estaria ocorrendo, e que os medicamentos indispensáveis ao tratamento também não estão sendo fornecidos.
O Núcleo de Defesa da Saúde (Nusa) chegou a enviar ofício ao Secretário de Saúde requisitando informações sobre os relatos dos Assistidos, porém não obteve respostas. Diante disso uma equipe esteve no HIP para verificar in loco as condições estruturantes do ambulatório de atendimento aos pacientes de fibrose cística tendo em vista que as genitoras de tais pacientes relataram ao Nusa sobre o fechamento do ambulatório de fibrose cística no hospital de modo a instruir Procedimento Preparatório 008/14, bem como subsidiar a Ação Civil Pública (Autos nº. 5042739-80.2013.827.2729) já em curso na Justiça Estadual.
Na vistoria, foram feitos registros fotográficos, cadastro na recepção e ainda realizada reunião com a diretora geral da Unidade Hospitalar. Na ocasião foi informado à equipe do Nusa que o ambulatório foi fechado por falta de estrutura física e de pessoal, mas que os pacientes estariam sendo atendidos na unidade hospitalar do ambulatório de urgência e emergência.
A gestora destacou que realizou várias reuniões com a equipe multidisciplinar responsável pelo atendimento no ambulatório de fibrose cística para retornar as atividades, mas a equipe insistiu na suspensão do atendimento devido a falta de estrutura, inclusive tal equipe comunicou à Sesau mediante expediente que o atendimento no ambulatório de fibrose cística estaria suspenso. Ainda segundo ela, está em fase de finalização uma parceria do hospital com a Fapal - Faculdade Objetivo de Palmas para o atendimento ambulatorial, o que retornaria o regular atendimento aos pacientes de fibrose cística. A previsão para regular o funcionamento do ambulatório será em agosto. A parceria consiste na disponibilização pela faculdade do espaço físico para o atendimento ambulatorial e o Estado com os materiais e corpo técnico, ficando o Hospital Infantil apenas para intervenções cirúrgicas e internações.
Enquanto a parceria não é efetivada, e as respostas não chegam, os pais se dividem entre esperar pelas providências do Estado e a torcida para que a falta da medicação não prejudique mais os filhos ou ainda não cause danos irreversíveis. Na ação coletiva em curso, o pedido de reconsideração para análise da tutela antecipada ainda não foi apreciado e o prazo da contestação do Estado se encerra no dia 17 do corrente mês. (Ascom Defensoria)