No último final de semana, o município de Palmas recebeu as oficinas de orientação sobre os editais Cultura Viva do Ministério da Cultura (Minc). Na tarde do sábado, 1, representantes de comunidades indígenas do Tocantins receberam orientações sobre o edital Ponto de Cultura Indígena, realizada no Tocantins pelo Minc, em parceria com a Secretaria Estadual da Cultura (Secult) e a Fundação Cultural de Palmas (FCP), no Museu Palacinho.
Com um valor de 2 milhões e 800 mil reais, o edital Ponto de Cultura Indígena vai premiar 70 iniciativas culturais de comunidades indígenas de todo o país. Para isso, os interessados devem enviar suas propostas até o dia 1 de setembro.
Ao contrário das outras edições, agora o Ministério da Cultura irá repassar os recursos direto às organizações e comunidades indígenas, como explica o representante da Região Norte do MinC, Alberdan da Silva Batista. “O intuito dessas oficinas pelo Brasil é, justamente, tornar os editais mais acessíveis e discutir também a necessidade de políticas públicas que fortaleçam os povos originários do país”. Ele também esclarece que mais do que um edital, essa iniciativa é uma política cultural.
A servidora da Gerência de Patrimônio Material e Imaterial da Secult, a indígena Narúbia Werreria, explicou aos participantes que a oficina é uma oportunidade de entender mais sobre o edital, pois é o único direcionado exclusivamente para os povos indígenas. “A secretaria entende que é de suma importância que os indígenas participem de momentos de formação como esse. É necessário um trabalho transversal e uma força conjunta para que o nosso povo seja inserido em projetos de valorização da cultura”, afirmou. Ela também ressaltou que, no Tocantins, não existe nenhum ponto de cultura cadastrado no Minc e que a oficina é o começo para que “surjam novas ideias e iniciativas que fortaleçam a cultura e as tradições indígenas no Estado”.
Para facilitar a participação dessas comunidades a inscrição das propostas é mais simples e menos burocrática do que em outros editais, como explicou Alderban. “As inscrições podem ser realizadas via Salic Web ou pelos correios. Os grupos indígenas poderão se inscrever tanto na forma escrita, como na forma oral, enviando um vídeo ou um arquivo de áudio descrevendo suas propostas na língua materna ou em português”.
Uma das participantes da oficina, a indígena Vanessa Sidi Xerente, da aldeia Salto, em Tocantínia, diz que sua comunidade vai enviar um projeto para concorrer ao edital. “Queremos participar, pois o recurso vai ajudar a fortalecer um projeto de políticas públicas para as mulheres indígenas, que vamos executar a partir de agosto na nossa comunidade”. Ela também diz que participar da oficina trouxe novas ideias para ela levar à sua aldeia e que está otimista pois esse edital é mais acessível e respeita a coletividade do seu povo.
Edital de Ponto de Mídia Livre e Cultura de Redes
No domingo, 2, a oficina aconteceu no Teatro de Bolso do Memorial Coluna Prestes, em Palmas. Dessa vez as orientações foram sobre os editais de Mídia Livre e Cultura de Redes, realizados pelo Minc em parceria com a Secretaria do Audiovisual e Ministério das Comunicações, destinando juntos 10.428 milhões de reais para iniciativas culturais em todo o Brasil.
A oficina reuniu realizadores culturais e representantes de pontos de cultura de diversas localidades do Tocantins com o intuito de sanar as dúvidas dos interessados em inscrever suas propostas nos editais do Minc. Para a representante da Associação Amigos da Arte do município de Miranorte, o momento de reflexão sobre os editais é de extrema importância. “Esses momentos em que nos reunimos com outros agentes culturais são fundamentais. Além de esclarecermos as nossas dúvidas sobre os editais, podemos comungar com outros artistas de suas vivências e fazer novos contatos”, concluiu.
Os editais de Mídia Livre e de Cultura de Redes seguem com inscrições abertas até o dia 18 de agosto. Mais informações estão disponíveis no site do Minc (www.cultura.gov.br). (Ascom Secult)