A Confederação Nacional da Indústria (CNI), em conjunto com as federações estaduais e associações setoriais da indústria, divulgaram carta aberta propondo diálogo com a sociedade para a construção de uma agenda comum voltada ao fortalecimento da economia e modernização política e institucional do Brasil. "Não podemos assistir passivos à deterioração do País. O atual ambiente precisa ser transformado", afirmação em carta aberta.
Na carta aberta “O Brasil Que Todos Queremos”, as representações da indústria avaliam que o Brasil vive um momento grave e complexo e que a crise contamina a confiança das empresas e dos cidadãos.“A responsabilidade de reverter esse quadro e gerar uma agenda é de todos”, diz o documento.
O presidente da Federação de Industrias do Estado do Tocantins (Fieto), Roberto Magno Martins Pires, disse que o Brasil vai ter que sofrer um ajuste fiscal. "Eu penso que o Brasil vai ter que sofrer um ajuste fiscal em função de uma falta de planejamento do Governo Federal no ano passado. Então, agora, é muito lamentável para o segmento industrial, porque a gente já convivia com alta carga tributária. Vamos ficar mais sacrificados ainda, a indústria já vem sofrendo muito", afirmou.
Ainda de acordo com Roberto Pires, está havendo uma desindustrialização no Brasil. "O que é uma pena porque é um segmento muito importante, todas as economias fortes tem uma indústria forte é um segmento que emprega muito, que aquece outros segmentos", avaliou.
O presidente da Fieto, entretanto, acredita que o Brasil irá superar o desafio. "Agora, o Brasil é um gigante que é condenado a crescer como o Tocantins também é. Tenho certeza que o Brasil vai conseguir superar mais esse desafio e a gente torce só para que essa turbulência acabe o mais cedo possível", disse.
Leia abaixo a íntegra da carta aberta:
O Brasil Que Todos Queremos
O Brasil vive um momento grave e complexo. É preciso evitar que a crise se aprofunde e torne ainda mais difícil a superação dos problemas.
Há um problema de confiança que mina as decisões dos indivíduos e empresas e aprofunda a recessão. O impasse político imobiliza o País, paralisa decisões, eleva custos e gera incertezas sobre o futuro. O País está sendo derrotado pelo pessimismo.
A responsabilidade de reverter esse quadro e gerar uma agenda é de todos. É papel do sistema político construir soluções e atuar de forma que os impasses sejam superados. O Brasil já enfrentou outros momentos difíceis e graves. E soube enfrentá-los.
Este ambiente penaliza trabalhadores, empresas e consumidores. A indústria tem sua capacidade de produzir, investir e gerar emprego e renda comprometida.
O momento é de chamar todos à responsabilidade. É preciso que todas as forças políticas adotem ações efetivas para o Brasil voltar a crescer. É preciso que o Congresso e o Executivo convirjam e se mobilizem para viabilizar uma agenda para o fortalecimento da economia. Temos que prosseguir com o reequilíbrio fiscal e as reformas estruturais. É preciso que o Judiciário siga cumprindo seu trabalho constitucional com firmeza e independência e que não perca de vista a preservação das empresas, responsáveis pela geração de emprego e renda.
Não podemos assistir passivos à deterioração do País. O atual ambiente precisa ser transformado.
A indústria brasileira propõe um diálogo com os Poderes da República e a sociedade para buscar soluções e construir uma agenda em favor da modernização institucional, política e econômica do País. Precisamos mirar no que é mais importante e trabalharmos para a construção de um Brasil democrático e próspero.
Confederação Nacional da Indústria
Federação das Indústrias do Estado do Tocantins