O presidente do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (FIETO), Roberto Magno Martins Pires, abriu o Encontro Estadual da Indústria realizado nesta terça-feira, 1 de setembro, no auditório da OAB em Palmas, fazendo uma análise da crise econômica no País. Pires destacou o esforço dos empresários diante das turbulências constantes e cada vez mais cruéis. “No Brasil é muito difícil ser investidor, empreendedor, empregador. Quem investe aqui gosta mesmo de desafios. E talvez seja isso, no fim das contas, que somos todos nós, industriais. Pessoas que se lançam em busca da realização dos nossos projetos”, declarou.
Voltado aos empresários da indústria, o evento abordou os desafios do setor industrial no Tocantins e no Brasil em tempos de ajuste. O Encontro permitiu aos participantes a melhor compreensão desse momento que o Brasil atravessa e qual a melhor forma de superar os obstáculos. Nesse contexto, foi apresentada a Carta da Indústria do Tocantins 2015 com as considerações da Fieto por um país melhor. O documento menciona seis itens com diretrizes e valores rumo a moralidade e ao desenvolvimento econômico duradouro. Entre eles, a necessidade da construção de um modelo sócio econômico e o estabelecimento de programas alinhados com o novo cenário que virá pós-crise. A Carta é assinada pelos 11 sindicatos que filiados ao Sistema Fieto.
Após a divulgação do posicionamento da indústria, dois renomados analistas falaram das perspectivas econômicas. O primeiro deles, foi Arnaldo Jabor, cineasta e comentarista da TV Globo. Ele falou dos principais fatores que travam o crescimento do Brasil e explicou que a corrupção é vista ao longo da história como uma espécie de pecado e, sendo assim, se tornou culturalmente tolerável, atrapalhando qualquer projeto. “A corrupção é um dos vícios tradicionais do brasileiro”, lamentou.
Logo em seguida, Gustavo Loyola, que já presidiu o Banco Central duas vezes e foi escolhido como “economista do ano” em 2014 pela ordem dos economistas do Brasil, iniciou a palestra com análise do cenário internacional nos Estados Unidos, Europa e Ásia. No Brasil, Loyola entende que a gestão da presidente Dilma Rousseff propõe um “governo fraco” devido à falta de capital político e a crise de confiança, com índices muito baixos significa que o empresário não investe e o consumidor não consome.
Na avaliação do economista a retomada de crescimento depende da reconstrução do “tripé macroeconômico” com adoção de nova política fiscal, monetária e cambial. “A recuperação só vira em 2016 e será moderada com crescimento de 2,6% na economia”, concluiu Loyola ressaltando a importância das reformas e todas as esferas.
No final do evento, os palestrantes responderam perguntas dos participantes. “Achei o Encontro da Indústria desse ano muito importante para entendermos melhor o que está acontecendo com o nosso País”, elogiou o empresário Oswaldo Stival, conselheiro do Sistema Fieto e presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas do Tocantins (SINDICARNES).