Em entrevista ao Conexão Tocantins na manhã desta sexta-feira, 18, o presidente do PT no Tocantins, Júlio Cesar Brasil, afirmou que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em proibir doações de empresas para políticos e partidos foi recebida com muita alegria pelo Partido dos Trabalhadores. Julio César comentou o veto que, agora, a partir da decisão do STF, a presidente deve fazer ao parágrafo do projeto da reforma política aprovada pela Câmara dos Deputados que manteve o financiamento de empresas aos partidos. “Estamos muito alegres, muito felizes e a nossa expectativa é que a presidente Dilma (Rousseff), com certeza, vá vetar o parágrafo que trata da doação de campanha e aí a gente vai ter que se adequar a nova realidade”, afirmou petista.
Segundo Júlio César Brasil, há muito tempo o PT vem afirmando que as doações de empresas alimentam de forma acentuada a corrupção no País. De acordo com o presidente, o futuro será bem melhor sem corrupção de empresas. "Não que as empresas sejam corruptas, mas ninguém vai ajudar os partidos, a não ser em troca de algum benefício. Se o capitalismo dá dinheiro, ele quer dinheiro de volta”, disse.
Júlio César ainda afirmou que a democracia ganha muito com a decisão. "É uma demonstração, embora a grande mídia, alguns meios de comunicação trata o Partido dos Trabalhadores como o partido da contra-mão, do atraso, do retrocesso, tudo de ruim querem colocar nas nossas costas, mas mais uma vez temos o feedback de que estamos no rumo certo. O Brasil ganha demais com isso", afirmou.
STF
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nessa quinta-feira (17) proibir o financiamento privado de campanhas políticas. A Corte encerrou o julgamento, iniciado em 2013, de uma ação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que questionou artigos da Lei dos Partidos Políticos e da Lei das Eleições.
Por oito votos a três, a maioria dos ministros entendeu que as doações desequilibram a disputa eleitoral. Com a decisão do STF, as doações de empresas nas eleições passam a ser proibidas
O texto aguarda decisão da presidente Dilma Rousseff sobre sanção ou veto. Se a presidente sancionar a lei, será preciso uma nova ação para questionar a validade das doações no Supremo, devido a posição contrária adotada pelo tribunal.
Para entrar em vigor nas eleições municipais do ano que vem, eventual sanção deve ser efetivada até 2 de outubro, um ano antes do primeiro turno do pleito.