Crianças indígenas da etnia Xerente, moradores da Aldeia Funil, no município de Tocantínia, a 55 quilômetros de Palmas, participaram na manhã dessa segunda-feira, 26, de atividades culturais e esportivas com os alunos da rede pública da Capital. A iniciativa pela Caravana do Esporte e Caravana das Artes, que coloca Palmas como a capital mundial da integração de estudantes, visa potencializar as relações humanas através do esporte e da arte como ferramentas de educação nas escolas. A abertura oficial ocorreu na manhã dessa segunda-feira, 26, e a programação se estende até a próxima quarta-feira, 28, durante os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (JMPI) e acontece nas estruturas da Faculdade Católica de Palmas.
Participaram também das atividades, alunos das escolas municipais de Tempo Integral (ETI) João Beltrão e Aprígio Thomaz de Matos, localizadas na zona rural do município. As caravanas fazem parte das ações da “Agenda de Convergência de Proteção dos Direitos Humanos nos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas”, que congrega entre outros órgãos, representando o Governo do Estado, a Secretaria de Defesa e Proteção Social do Tocantins (Sedeps) e a Secretaria da Educação (Seduc). Pela Prefeitura de Palmas, estão envolvidas na Agenda de Convergência as secretarias municipais da Educação e Extraordinária dos Jogos Indígenas. No âmbito federal, a Secretaria Nacional de Direitos Humanos, e ainda o Comitê Intertribal, organizador dos Jogos.
Segundo a idealizadora do projeto, jornalista Adriana Saldanha, com mais de 11 anos de atuação, tendo percorrido 22 estados brasileiros, atendido 2,5 milhões de crianças e capacitado cerca de 30 mil professores em todo o País, esta é a segunda vez que as caravanas participam de atividades no Tocantins, sendo a primeira realizada no município de Peixe, região Sul do Estado.
Ainda de acordo com a idealizadora, a proposta da Caravana do Esporte e da Caravana das Artes é levar atividades culturais e esportivas a comunidades tradicionais (indígenas e quilombolas) e ribeirinhas, sempre priorizando municípios que possuam baixos índices de desenvolvimento humano (IDH) e Índice de Desenvolvimento Infantil (IDI). “Nosso objetivo é o fazer de possibilitar a integração entre as crianças e os adolescentes indígenas e não indígenas e promover nas escolas uma educação que respeite a cultura tradicional, o saber tradicional e que possa cada vez mais unificar e ser atuante, se valendo do esporte e da arte para isso”, afirmou.
De acordo com a secretária de estado da Defesa e Proteção Social, Gleidy Braga, a realização das caravanas simboliza a união de forças conjuntas entre o Governo do Tocantins, a organização dos JMPI e a Agenda de Convergência dos Direitos Humanos durante os jogos. “Este belo trabalho é resultado de um esforço coletivo em trazer atividades paralelas aos jogos mundiais para que estudantes e comunidades tradicionais possam trocar experiências, fazer amizades e unificar o sentimento de integração que está sendo difundido durante os jogos”, ressaltou.
Experiências
Segundo Gilmar Xerente, professor na escola indígena “Sakruiwe”, as 60 crianças de sua etnia participantes do primeiro dia de programação das caravanas gostaram muito da atividade. “Sempre buscamos realizar atividades juntamente com a população não indígena. Como a aldeia está situada bem próxima do município de Tocantínia, os alunos não se intimidam quando precisam de deslocar e pelo contrário, eles gostam muito destas atividades”, afirmou.
Interação
A Caravana do Esporte e a Caravana das Artes em Palmas serão um espaço para formação de educadores, visando o diálogo, a interação das diferentes culturas e práticas motoras e o resgate da cultura indígena. A proposta é realizar as ações dos projetos em Palmas, juntamente com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), por ocasião dos Jogos Indígenas, atendendo o público da área de educação do município, crianças indígenas do entorno de Palmas, além de gestores públicos, universitários, lideranças indígenas, especialistas, formadores de opinião e público em geral.
Os projetos contam com apoio dos Ministérios do Esporte e da Cultura, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte e da Lei Rouanet. São iniciativas da ESPN, Disney, Unicef e Instituto Mpumalanga.