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Cultura

 Adélia Borges (direita) e Heloísa Crocco (esquerda)

Adélia Borges (direita) e Heloísa Crocco (esquerda) Foto: Divulgação

Foto: Divulgação  Adélia Borges (direita) e Heloísa Crocco (esquerda) Adélia Borges (direita) e Heloísa Crocco (esquerda)

Consolidar a atividade artesanal e promover o empreendedorismo indígena é uma das principais motivações do Sebrae Tocantins, que colocou à disposição dos indígenas a designer brasileira: Heloísa Crocco. Especialmente para a Feira Mundial de Artesanato Indígena, promovida pelo Sebrae Tocantins durante os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, a designer está trabalhando há cerca de seis meses. O projeto consistiu na curadoria dos produtos de tradição das etnias, que indicadas pelo Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena (ITC) para compor a Feira. Somente nessa segunda-feira, dia 26, a feira recebeu mais de 15 mil visitações.

Heloísa Crocco é apontada pela revista Exame como uma das mulheres mais influentes do designer brasileiro. Formou-se em desenho pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e cursos na Cardiff’s College of Art of London, Inglaterra. No Tocantins, Heloísa começou a trabalhar em parceria com o Sebrae Tocantins em 2005, com destaque para o projeto desenvolvido para os artesãos do Bico do Papagaio, promovendo orientação para criação de designers mais refinados para os produtos de babaçu.

Com a preocupação de não interferir na arte indígena, a designer e sua equipe trouxeram aos artesãos sugestões de aperfeiçoamento de suas peças, baseados em soluções desenvolvidas por outros povos, além de sugerir melhoria na apresentação dos produtos, embalagens, etc. “Eu diria que o mais bonito nesse trabalho foi conseguir fazer os artesãos entenderem a proposta para tomar a decisão do que fazer. Eles decidiriam, por exemplo, que tipo de artesanato gostariam de trazer como forma de representar seu povo”, expõe Heloísa.

Para isso, o trabalho contemplou o resgate de matérias-primas utilizadas desde os antepassados das comunidades. A equipe foi acompanhada também por uma antropóloga, que orientou cada oficina para que houvesse o mínimo de interferência na cultura dos artesãos.

Perspectivas de futuro

Outra profissional que contribuiu com a Feira foi a curadora Adélia Borges, que tem experiência em organizar exposições no Brasil e no exterior. A visita à Feira vai permitir que peças de Xambioá, Mumbuca e Prata componham a maior exposição de artesanato brasileiro, no Centro de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB), a ser aberto no mês de janeiro na praça Tiradentes, no Rio de Janeiro (RJ). O artesanato indígena tocantinense vai fazer parte da exposição de inauguração do CRAB, a qual está sob os cuidados de Adélia. “Fiquei encantada com a riqueza e com a qualidade das peças”, ressalta Adélia.

A coordenadora geral da Feira Mundial de Artesanato Indígena e analista técnica do Sebrae Tocantins, Magvan Botelho, explica que a Feira destaca essa forte atividade econômica para os povos indígenas. “Além de ser fonte de renda, ainda há o resgate e a preservação da identidade cultural, do incremento da produção e melhoria da qualidade dos produtos artesanais”, ela acentua que o evento deve gerar muitas possibilidades posteriores para esses empreendedores que passam a ser admirados por pessoas de diferentes lugares.